Pela primeira vez desde que dirigem juntos a classe olímpica 470, Álvaro Marinho/Miguel Nunes subiram ao pódio de um Mundial.
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Pela primeira vez desde que dirigem juntos a classe olímpica 470, Álvaro Marinho/Miguel Nunes subiram ao pódio de um Mundial.
O sonho era o título que acabou nas mãos dos ingleses Nic Asher/Elliot Willis, mas a medalha de prata também lhes assenta bem. Actuais campeões europeus, os dois portugueses estiveram uma semana em prova na Austrália, sempre a velejar no top 10.
Os ventos fortes nem sempre estiveram do seu lado, mas a experiência na vasta frota dos 470, cujo ranking já lideraram por diversas vezes, permitiu-lhes uma gradual adaptação, traduzindo-se no comando da geral à entrada para a medal Race, onde os pontos valem a dobrar. Foi na regata que reúne os dez melhores do Mundo, que o vento começou por trocar as voltas à dupla do CV Barreiro, obrigando-a a rondar a segunda bolina em nono.
Asher/Willis foram felizes na táctica desde a largada, impedindo que a recuperação para terceiro de Álvaro e Miguel lhes valesse a medalha mais desejada. Nesta prova, os australianos Wilmot/Page, líderes do ranking que não conseguiram o título que conquistaram por três vezes, anunciaram o abandono após Pequim.
O ouro ali tão perto
Marinho/Nunes, após a subida ao pódio, onde ficaram entre os campeões Asher/Willis e o bronze dos israelitas Kliger/Gal, revelaram as dificuldades: "Não tínhamos muitas horas de treino com este tipo de vento, ainda assim fizemos um bom campeonato. Foi pena termos falhado por tão pouco." Recorde-se que Asher/Willis, que já haviam sido campeões em 2006, viveram neste Mundial momentos difíceis com a colisão na oitava regata, forçando-os a uma paragem por 24 horas para aliviar as dores nas costas. Mas os ingleses deram a volta e com uma vantagem de apenas 0,9 pontos bateram os portugueses, os quais agora sonham com o título olímpico.
Cinco metros entre os ingleses e os lusos
Devido a uma má largada na Medal Race, Álvaro e Miguel facilitaram a vida a Nic e Elliot, mas mesmo assim só têm razões para sorrirem, pois a dupla, que há onze anos defende as cores lusas, é cada vez mais forte candidata ao ouro em Pequim. "Demos o nosso máximo para ganhar o título, mas faltaram cinco metros. É ainda assim espectacular. Estamos contentes por o ter conseguido numa classe com um nível muito elevado e onde nunca ganha o mesmo", revelou o timoneiro Álvaro, que ao lado de Miguel construiu uma carreira de sucesso: desde a prata no mundial de juniores, em 1996, o quinto lugar em Sydney'2000, o título Europeu em 2007, as lideranças no ranking Mundial, a dupla superou obstáculos, entre eles o de duas lesões longas, ganhando prestígio internacional e é candidata ao título olímpico em Pequim. Esta medalha ajudou a esquecer o quarto lugar de 2003 e 2007.
Portugueses em quarto
Na classe Star, Afonso Domingos/Bernardo Santos, uma das duplas que Portugal espera ter nos Jogos Olímpicos de Pequim no próximo mês de Agosto, ocupam a quarta posição na Rolex Miami OCR, uma das provas mais conceituadas do calendário ISAF (Federação Internacional de Vela), que se disputa na costa leste dos Estados Unidos.
No comando estão os norte-americanos Rick Merriman/Brian Sharp.
Fonte: O Jogo