CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Quando João Pedro Monteiro e Tiago Apolónia partiram para a Alemanha, iam em busca de um sonho e de melhores condições para jogar ténis de mesa. Ao entrarem num campeonato que lhes abriu as portas do profissionalismo, evoluíram ao ponto de conseguirem o apuramento para Pequim, onde no ano passado, juntamente com Marcos Freitas, foram os primeiros representantes nacionais em Jogos Olímpicos.

Após um ano histórico, esperam continuar a evoluir em 2009 até atingirem lugares de topo a nível mundial. Algo que em Portugal é impossível.

"Em Portugal, o número de jogadores tem vindo a decrescer ano após ano e isso precisa de ser invertido. Faltam infra-estruturas, mas há muito mais que pode ser feito", atira o 92.º do ranking mundial, Tiago Apolónia, que não se arrepende de ter deixado o seu país, apesar das saudades da família e dos amigos pesarem. Por sua vez, João Pedro Monteiro aponta soluções para mudar o panorama nacional.

"Creio que falta uma grande prova a nível europeu ou mesmo mundial, para que a modalidade possa dar o salto e ganhar maior visibilidade nacional. A partir daí, acho que os apoios apareceriam por parte de diversas entidades", salienta o mesatenista de 25 anos. "Deixa-me triste não existirem condições no nosso país para de-senvolver a modalidade. Como tínhamos objectivos de chegar ao topo europeu e mundial, tivemos de ir para fora, de forma a acalentar o sonho", justifica.

Os dois atletas que o jornal "O JOGO" juntou em Lisboa consideraram, de forma unânime, que 2008 lhes correu de feição, mas esperam mais tanto na Selecção Nacional como nos respectivos clubes. A este nível, Tiago e João até podem medir forças nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, isto caso a formação de João Pedro Monteiro consiga o apuramento. A hipótese deixa ambos entusiasmados. "Podemos jogar um contra o outro nos quartos-de-final, o que era giro. Mas se fosse na final seria melhor ainda", comenta Tiago Apolónia.

Fonte: O Jogo 06/01/2008