CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Gerir os pontos no ranking ATP é quase como fazer o mesmo com a conta bancária. Chapa ganha, chapa gasta, implica esforços. Frederico Gil atingiu um patamar que exige outros investimentos. Mas quando, na segunda-feira, for divulgada a nova tabela, será o primeiro português a superar os 1000 pontos.

O desempenho no Masters de Miami rendeu 57 pontos ao 74º tenista mundial. Acontece que o ranking ATP, tal como o feminino (WTA Tour), é diferente da comum das classificações. Não começa do zero no início de cada época e termina com a definição do campeão e restantes posicionados. Obriga a defender pontos ao longo de 52 semanas, contabilizando os 18 melhores torneios. Eis um bom exemplo: os 57 pontos de Gil em Miami equivalem a apenas 19, pois neste mesmo período do ano passado somou 38 em Nápoles. Ou seja: segunda-feira não subirá, em teoria, mais de dois lugares, podendo no entanto beneficiar de descidas de outros jogadores e entrar no Top 70.

Os principais torneios do circuito regular (ATP World Tour) são nove e chamam-se Masters 1000 (o número refere os pontos atribuídos ao campeão). Em dois deles (Indian Wells e Miami) os quadros principais são de 96 jogadores e só 78 têm entrada directa. Os restantes são wild cards ou qualifiers. As inscrições encerram seis semanas antes, e por isso Gil teve de passar pelo qualifying, pois ainda não era 74º. Nos Masters 1000 que estão por jogar a melhor grelha é de 56 jogadores, mas só 44 entram directamente. O sintrense terá sempre de passar pela qualificação.

Se o seu ranking não sofrer grande oscilação, entrará directo nos três Grand Slam que faltam. O quadro é de 128 e quem estiver no Top 100 joga sempre. Fazer parte da elite dos maiores certames só traz dividendos. Os pontos só valem a pena em caso de vitória, mas um jogador nunca recebe menos de 6000 euros e tem a estada paga até um dia depois de perder.

Fonte: O Jogo 01/04/2009