CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Há pouco mais de um ano, João Neto sagrou-se campeão da Europa em Lisboa, mas não vai poder defender o título, devido a uma lesão na zona da virilha sofrida no Grand Prix de Hamburgo, no passado mês de Fevereiro.

Ainda efectuou a preparação para a prova da Geórgia, que decorrerá entre os dias 24 e 26, mas não recuperou a cem por cento e foi aconselhado a abdicar do Europeu, para não agravar a lesão.

Em entrevista a "O Jogo", o atleta de Coimbra perspectiva o seu futuro e deixa ainda fortes críticas ao Comité Olímpico de Portugal.

Iniciou preparação para o Europeu, mas acabou por renunciar à participação. Foi a melhor opção?

A lesão foi muito mais grave do que esperava, porque foi uma rotura [no tendão de inserção do recto anterior], que demora três a seis meses até ficar completamente bem. Se fosse ao Europeu, não estaria a 100 por cento. Consegui gerir a parte física, mas a parte técnica sofreu um revés, com uma paragem de seis a sete semanas, embora sinta que a nível físico estou muito bem.

Há alguma previsão para o regresso à competição?
Acho que vou competir a seguir ao Europeu. Devido à lesão, este trabalho que estou a efectuar vai ter resultados mais tarde. Vou aproveitar as Taças do Mundo após o Campeonato da Europa para tirar bons resultados e para ver se consigo subir mais no ranking. Penso que devo acabar o ano nos 16 primeiros, mas gostava de acabar em primeiro ou segundo.

No ano passado, Portugal obteve quatro medalhas no Europeu. Que resultados poderá ter agora?

Acho que é possível repetir os resultados do Europeu de Lisboa, mas penso que há uma conjuntura à volta da Selecção que não é ideal, pois a equipa técnica sofreu alterações que ainda não estão totalmente resolvidas. Temos um seleccionador para a equipa toda e é complicado para o Michel Almeida coordenar tanta gente. No ano passado estávamos mais organizados.

"Pavilhão enche e todos fumam"

"Na Geórgia o público é impressionante. Tem um conhecimento incrível das modalidades de luta, conhecem mesmo os portugueses. O pavilhão está cheio, com pessoas a fumar, vestidas de preto e com gorros. Há uma névoa permanente devido ao fumo e, apesar de eles não se calarem, o pior é mesmo o tabaco. Quando lá estive, cheguei ao fim do dia com a garganta e a roupa... parecia que tinha vindo de uma saída à noite!", narrou João Neto sobre o que espera a selecção nacional.

Fonte: O Jogo 17/04/2009