CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
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Portugal apresenta-se em força no sector feminino do Grand Slam de Paris de judo, este fim-de-semana, com uma selecção em que se destaca Telma Monteiro, que garante estar com determinação de "ganhar a toda a gente".

Além de Telma, que compete pela primeira época nos -57 kg, estarão no supertorneio de Paris - considerado o mais forte do circuito mundial - Leandra Freitas (-48 kg), Ana Hormigo (-52 kg) e Yahima Ramirez (-78 kg).
No sector masculino a comitiva "lusa" gera menos expectativas: depois de se frustrar a presença dos olímpicos João Pina e João Neto, somente compete Diogo César (-66 kg).

Telma Monteiro, vice-campeã mundial de -52 kg, no que foi o culminar de uma série de grandes resultados nessa categoria, vai passar a competir sempre nos -57 kg, onde espera ter sucesso total, apesar de admitir dificuldades.

Começou a época com vitória, no torneio de Sófia, e chega a Paris já como 14ª do ranking mundial, mesmo sem contabilizar pontos em 2008. Um estímulo adicional, para uma atleta que se faz notar pela competitividade.

"Vou encontrar em Paris as melhores do Mundo... aquilo é como como se fosse quase um campeonato do Mundo, e agora podem entrar mais judocas por país (até agora apenas) e o nível vai estar bastante elevado", adverte a portuguesa, que compete sábado, primeiro dia do torneio.

Telma só conhecerá a sua adversária da primeira ronda mais logo (sorteio ao fim do dia), mas sabe desde já que poderá cruzar-se com a brasileira Ketleyn Lima Quadros, bronze em Pequim2008, com a francesa Barbara Harel, terceira do actual ranking, ou com a austríaca Sabine Filzmozer. Principal ausente é a italiana Giulia Quintavalle, actual campeã olímpica.

Uma das novidades da época é o abandono das repescagens, que antes permitiam a vários judocas perder um combate e ainda chegar a uma medalha. "Agora não somos mesmo repescados não podemos mesmo falhar, cada combate é uma final", comenta a campeã portuguesa.

Além do fim do quadro de repescagens, também muda o sistema de pontuação, deixando de se valorizar os golpes menos bem executados (koka) e mesmo as penalizações (chido), numa procura de um judo mais ofensivo, bem ao gosto de Telma Monteiro.

"Nesta competição que passou (Sofia) consegui impor o meu ritmo e fazer as novas técnicas, que não usava tanto em competição , e isso é que fez a diferença. Estou a tentar não variar muito...", explica a judoca. "Desde que esteja fisicamente bem e aguente o ritmo que quero impor as coisas podem correr bem", acrescenta.

A judocas de -57 kg são "mais paradas" que as que conhecia dos -52 kg, diz. "Como elas são mais altas, posso atacá-las com essas técnicas (menos usadas até agora). Estou na expectativa, e elas também vão estar", acrescenta.
O quadro, já se sabe, reúne a "nata" da modalidade, naquela categoria: "Normalmente em Paris estão todas as medalhadas, europeias, mundiais e olímpicos, fora os outros. É sempre bastante difícil".

Mas Telma não se atemoriza com isso. "É bom para mim, tinha que as enfrentar um dia e estou preparada para o fazer. Penso que posso ganhar a toda a gente", sublinha.

Os treinos têm-lhe estado a correr bem, a lesão no ombro esquerdo não a afecta e agora encara a passagem por Paris como "um teste" importante, em ano de Europeu, Mundial e Masters, mas também uma prova em que "gostava de pontuar, e ir ao pódio".

Com Telma Monteiro segue o seu treinador habitual, Rui Rosa, numa comitiva que é tecnicamente liderada pelos treinadores Nuno Delgado (femininos) e Michel Almeida (masculinos).

Depois de Paris, o novo Grand Slam do judo terá etapas em Moscovo, Tóquio e Rio de Janeiro, em que Portugal também deverá participar com os seus melhores judocas.

Fonte: Lusa 06/02/2009