Três semanas após a sua nomeação para o Youth Panel da EHF, falamos com Pedro Ávila, do Departamento Técnico Nacional, para saber um pouco mais sobre o seu percurso na modalidade e de como surgiu a oportunidade para integrar este projeto da EHF.
O açoriano conta-nos como correu a sua primeira experiência no hóquei internacional em Agosto passado, em Boom, no âmbito do europeu de parahóquei, e de como a sua integração no Youth Panel é positiva para Portugal.
FPH: Conta-nos um pouco sobre o teu percurso na FPH e de como te envolveste com a modalidade.
Pedro Ávila (PA): Quando iniciava a cadeira de “Metodologia de Gestão Desportiva” do 2º ano da licenciatura de Ciências do Desporto na FADEUP, foi-me proposto fazer um estágio de um ano letivo numa organização desportiva. A convite do Prof. Pedro Sarmento iniciei o estágio na FPH. Não conhecia minimamente o hóquei na altura, isto é, no início de 2010.
Envolvi-me verdadeiramente com a modalidade e com a equipa de trabalho da FPH e em Setembro de 2010 optei por fazer os restantes 6 meses do estágio da licenciatura na federação e continuar o trabalho que vinha a fazer. No final de 2010, por forma a perceber melhor a modalidade, fiz o curso de árbitros da FPH. O estágio terminou em Maio de 2011 e dessa altura até final de 2012 fiquei como voluntário a colaborar com o departamento técnico e com o departamento de comunicação. Avizinhava-se uma época única, íamos organizar quatro Europeus e uma Liga Mundial - iria ser certamente uma época de excelentes experiências. Durante esse período fui juiz no Europeu de Sala em Gondomar, secretário no Europeu de Campo Sub21 no Jamor e responsável pelos transportes durante a Liga Mundial em Lousada. Foi assim que começou a minha “aventura” no hóquei.
FPH: Como surgiu a oportunidade de integrares o Youth Panel (YP) da EHF?
PA: Foi um processo curioso. Na altura que surgiu o convite já pensava integrar o tema no meu relatório de estágio para o Mestrado de Gestão Desportiva.
A par daquilo que já era intenção da FPH, esta era uma área que visava desenvolver durante o ano de estágio que iria decorrer durante o ano letivo 2013/2014. Já tinha feito a abordagem a ambas as partes envolvidas (FPH e FADEUP) para desenvolver o tema quando a EHF fez o contacto. A partir daí as coisas fluíram naturalmente.
FPH: A tua primeira experiência com o YP foi no europeu de parahockey em Boom, Bélgica. Como correu o evento?
PA: Foi uma experiência fantástica! Em termos organizativos a prova correu muito bem, sempre num ambiente de muito boa disposição e tranquilidade.
Nos primeiros 2 dias o evento teve lugar no HC Victory, sem qualquer sobressalto, e as finais foram disputadas no estádio do Eurohockey TriFinance Champioship, em Boom, num ambiente que certamente ninguém vai esquecer. Foi verdadeiramente emocionante. Fui oficial de ligação da seleção espanhola, o que se revelou uma experiência que marcante. Nunca tinha trabalhado com pessoas portadoras de deficiência - neste caso em particular, deficiência intelectual – e foi uma tarefa muito gratificante, que me marcou e emocionou imenso. Esta prova, a julgar pelo último dia de competição e pelos discursos finais, foi algo que marcou e emocionou todo o grupo do YP.
FPH: O que podemos esperar do YP nos próximos anos?
PA: Podemos contar com um grupo de pessoas muito diversificado, extremamente motivado e competente para desenvolver o hóquei nas diversas vertentes que o compõem. As funções do YP são diversas assim como as suas áreas de atuação. Esperamos conseguir desenvolver o hóquei para os mais jovens, fazendo chegar a modalidade a mais crianças, aumentar a qualidade do ensino e desenvolver o Parahóquei na lógica do “hóquei para todos”.
FPH: De que forma a tua integração no YP poderá potenciar o hóquei em Portugal?
PA: O facto de termos alguém no YP a representar o nosso país já é algo que considero positivo. Já lá estamos e assim conseguimos atrair atenção para nós. Ficamos mais “perto” do que se passa na Europa. Ainda não existem grandes desenvolvimentos no que diz respeito ao que irá efetivamente ser feito, no entanto já aconteceram alguns contactos na tentativa de percebermos de que forma poderá o EHF-YP contribuir ou ajudar no desenvolvimento do hóquei em Portugal. Vamos continuar a trabalhar nesse sentido e aguardar por desenvolvimentos nas próximas semanas.
Fonte: FPHóquei, 15/10/2013