CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
A Alemanha foi a grande dominadora do Campeonato do Mundo de Ciclismo de Sala, que hoje terminou em Tavira. Os germânicos sagraram-se campeões mundiais nas cinco disciplinas de Ciclismo Artístico a concurso. Já no Ciclobol foi a Suíça que deu cartas, conquistando a medalha de ouro, no final de uma prova sem mácula, na qual foi a única equipa que não sofreu qualquer derrota.

O programa de provas fechou com chave de ouro, com a final de Ciclobol, que levou ao rubro o pavilhão tavirense. O muito público presente não se cansou de incentivar os atletas da Suíça e da Alemanha, que tiveram sobre os ombros a responsabilidade de discutir a medalha de ouro. Os helvéticos, Peter Jiricek e Marcel Waldispühl, chegaram ao jogo decisivo com favoritismo conquistado durante os três dias de competição. À partida para o mundial, a Alemanha surgia como candidata, pois liderava o ranking internacional. Mas cedo se percebeu que os suíços estavam mais fortes.

Na final, os helvéticos beneficiaram de maior frescura física. A vitória na fase de grupos isentou a Suíça do apuramento desta manhã, pelo que os homens da terra dos relógios apenas tiveram um jogo hoje antes da final. Em contrapartida, os germânicos viram-se forçados a disputar hoje três partidas prévias à definição da prova. Em campo, o equilíbrio predominou na primeira metade, que acabou empatada 1-1. Na etapa complementar, a Suíça optou pela rapidez e o seu ciclobol veloz fez mossa no adversário que não teve pedalada para aguentar o ritmo, sucumbindo a um resultado final de 4-1. Este é o terceiro título mundial alcançado por um dos dois elementos da selecção suíça, Peter Jiricek. Curiosamente, é a segunda vez que este jogador comemora em Portugal, pois estreou-se a ganhar no Campeonato do Mundo realizado na Madeira, em 1999.

O apuramento da Alemanha para a final foi empolgante e dramático. Austríacos e alemães terminaram o jogo empatados 2-2. Na marcação de grandes penalidades, a primeira série de dois livres para cada selecção manteve o jogo empatado, por 3-3. A partir daí cada formação tinha direito a um remate, até que se desse o desempate. Tal só se verificou quando o marcador assinalava 6-5 a favor da Alemanha.

A desilusão deste torneio foi a República Checa, eliminada no apuramento preliminar, após derrota pesada, 2-5, perante a Áustria. Tendo chegado a Tavira como campeã mundial em título, a formação checa não esteve ao mais alto nível, demonstrando os motivos por que, no ranking de 2009, não aparece nos lugares cimeiros.

O play-off para apuramento da sexta equipa do Grupo A em 2010 premiou a equipa de França. Os gauleses bateram os japoneses por 3-2 e garantiram a subida ao Grupo A, despromovendo os nipónicos ao Grupo B. França ganhou a edição deste ano do Grupo B. O Japão ficou em último no Grupo A. O play-off, entre as duas selecções decidiu qual delas terá direito a jogar na “primeira divisão” no mundial de Estugarda, Alemanha, em 2010.

Grupo A Ciclobol
Final
Suíça – Alemanha: 4-1
Meias-finais
Suíça – Alemanha: 5-2
Áustria – Alemanha: 5-6 (GP)
Apuramento preliminar
Alemanha – Bélgica: 6-3
República Checa – Áustria: 2-5

David Schnabel bicampeão
O alemão David Schnabel sagrou-se campeão mundial de Ciclismo Artístico. Numa prova em que não deslumbrou, bastou-lhe ter uma actuação competente para arrebatar a medalha de ouro pelo segundo ano consecutivo. Fê-lo utilizando perícia e concentração e cometendo menos erros do que os outros competidores. O segundo classificado foi o também germânico Florian Blab. Este artista da bicicleta optou por uma apresentação mais exuberante e espectacular, que, nos exercícios mais difíceis foi perfeita e empolgou a plateia. No entanto, teve duas desconcentrações fatais – uma delas levou-o mesmo a estatelar-se -, o que lhe roubou muitos pontos, terminando com uma classificação de 177,29 pontos, muito aquém da melhor marca pessoal. O terceiro lugar foi conseguido pelo representante de Hong Kong, Sum Yee Samuel Yu, que somou 148,90 pontos e beneficiou de duas quedas do atleta macaense, Hang Cheong Wong, que apenas conseguiu 140,69 pontos e que saiu a chorar do recinto.

Corinna Hein confirma favoritismo
A final feminina teve uma vencedora incontestável, a alemã Corinna Hein. A atleta venceu com facilidade o apuramento e, na final, foi, de longe a melhor, conquistando 172,19 pontos.  A compatriota Sandra Beck esteve alguns furos abaixo do que pode e sabe fazer, acabando a prova com 163,35 pontos. A austríaca Denise Boller teve 154,51 pontos e ficou com a medalha de bronze.

Dez medalhas para a Alemanha
Nas contas finais deste Campeonato do Mundo de Ciclismo de Sala destaca-se o impressionante domínio germânico. Os alemães saem de Portugal donos de cinco títulos mundiais e de outras tantas medalhas de prata. A Suíça foi a segunda nação mais medalhada, com um ouro e três bronzes. Os austríacos levam na bagagem uma rodela de prata e duas de bronze. Hong Kong conseguiu o outro pódio em disputa, um terceiro lugar.

Além da contabilidade das medalhas, o Campeonato do Mundo de Ciclismo de Sala merece referência pelo estabelecimento de um novo recorde mundial. As alemãs Kathrin Schulttheis e Sandra Sprinkmeier colocaram em 150,75 pontos a melhor marca de sempre na categoria de Duplas Femininas em Ciclismo Artístico.

Após as competições, deu-se a sessão de encerramento, durante a qual Portugal passou o testemunho à Alemanha, país organizador em 2010, ano em que o mundial de Ciclismo de Sala vai realizar-se na cidade de Estugarda.

Fonte: UVP/FPC 09/11/2009