CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
O corpo de Bruno Neves chegou ao final do dia a Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, após autópsia realizada no Hospital Padre Américo, em Penafiel. O corredor de 26 anos faleceu em competição - no decorrer do GP de Amarante.

A morte do jovem ciclista fez recordar a trágica memória de José Zeferino, Joaquim Agostinho ou Jorge Matos na década de 80 ou, ainda, a fulminante desaparição de Manuel Abreu, em 1997, durante o treino.

As causas da morte de Bruno Neves estão relacionadas com a sua queda e apenas deverão ser esclarecidas com os resultados da autópsia.

As versões contraditórias do médico da prova, Barreiro Magalhães - "traumatismo craniano" -, e da responsável pelo serviço de urgência do Hospital Padre Américo, Anabela Silva - "sem lesões de impacto" no crânio -, são completadas pela indefinição de ciclistas que testemunharam a queda na EN 15.

O colega de equipa Cláudio Faria refere um toque de um adversário, Jorge Teixeira, outro dos envolvidos no trambolhão, refere um "deslizar" de Bruno Neves, pressupondo um desfalecimento súbito.

A morte do único representante de Nogueira do Cravo no pelotão profissional foi sentida pelos colegas de profissão.

Cândido Barbosa, o rival derrotado em São João da Madeira na Volta a Portugal 2005, refere "a tristeza que revolta a morte de um colega de profissão", Paulo Couto, presidente da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais evoca o carácter "solidário e participativo" do ciclista nas Assembleias de corredores, José Augusto Silva, conterrâneo e director desportivo no ano zero da carreira profissional lembra o "profissional de ciclismo, com a vida estruturada, que se preparava para casar em Outubro e que trocou os estudos universitários e o futebol" para fazer o que mais gostava. O funeral de Bruno Neves está marcado para as 17h30, na Igreja de Nogueira do Cravo.

Fonte: O Jogo 13/05/2008