CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
O benfiquista Edgar Pinto, alcançou um excelente 3.º lugar na terceira etapa da 23ª Castela e Leão, entre Valladolid e Urueña-Villa del Libro, na distância de 159,9 km, participando num 'sprint', muito renhido, com Francisco José Ventoso (Andalucia), o vencedor, e Samuel Sanchez (Euskaltel).

Todos os corredores do Benfica terminaram integrados no pelotão recebendo o mesmo tempo do vencedor de 4h 22m 54s a que corresponde a média de 36,493 Km/h, pelo que na classificação geral, que continua liderada por Alberto Contador (Astana), não se registaram alterações.

Orlando Rodrigues, director desportivo, estava naturalmente satisfeito com a prestação dos corredores: "Foi uma etapa típica desta corrida, através de um planalto, com muito vento e frio. A dez quilómetros da meta tivemos um pequeno percalço com o Ruben que sofreu uma avaria e prontamente os colegas esperaram por ele e fizeram com que ele conseguisse colar sem problemas. Depois tentamos colocar o Edgar para o 'sprint' com a ajuda do Petrov até cerca de 200 metros da chegada e assim conseguiu este excelente terceiro lugar.

"Referindo-se ao comportamento de Edgar Pinto, afirmou: "Já na Volta a Valência e na Clássica de Almeria ele esteve bastante bem, acabando por fazer oitavo e agora veio aqui confirmar que é um ciclista que já evoluiu bastante e está em condições de se poder estar nesta categoria e lutar com os melhores corredores da actualidade."

O forte vento que se faz sentir nesta região, por onde decorreu a etapa de hoje, criou entre os ciclistas um clima de grande tensão que, no entanto, não desencorajou um trio de, logo dois quilómetros depois da partida, se lançar numa fuga, à qual, porém, o pelotão não consentiu nunca uma vantagem susceptível de comprometer o projecto de uma chegada ao 'sprint'.

Mesmo assim, um dos fugitivos esteve, durante largos quilómetros, na condição de virtual camisola amarela. Tratou-se do espanhol David Martin (Orbea) que ocupava o 82º lugar, a 1m 45s de Alberto Contador, vencedor do ano passado, que ostenta também o título de vencedor da última edição do 'Tour' de França, e que nunca deu sinais de preocupação, com toda a sua equipa na cabeça do pelotão a controlar a corrida.

Esse líder virtual teve por companheiros na fuga, o seu compatriota José A. Lopez (Andalucia-Cajasur) e o ucraniano, Oleg Chuzhda (Contentpolis-Murcia), com os quais se entendeu perfeitamente no dispêndio das forças, ainda que as possibilidades de levarem sua aventura até ao fim da etapa estivessem bastante limitadas, acabando por acontecer o que se previa: o pelotão começou a acelerar e, aos poucos, foi anulada a fuga, que se prolongou por 155 quilómetros.

Perante o risco de se produzirem os tão indesejáveis 'abanicos', provocados pelo vento que, nesta altura do ano, varre a planície de Castilla, os corredores de cada equipa procuram manter-se agrupados dentro do pelotão.

Foi que também fizeram os ciclistas do Benfica, precavendo-se contra os eventuais 'cortes' que pudessem produzir-se no pelotão, com as inevitáveis perdas de tempo. A verdade é que os temíveis 'abanicos' não chegaram a verificar-se e a etapa terminou em pelotão compacto.

Amanhã corre-se a etapa rainha desta edição do Castela e Leão, entre Corrión de Los Condes (Palência) e Montanha Palentina (Collada de Salcedillo), na distância de 160,8 Km. Tem um percurso montanhoso bastante difícil, com uma contagem de 3ª categoria no Alto del Valle e chegada no alto de Collada de Salcedillo, a 1.540 metros de altitude. O frio e o vento serão dificuldades suplementares.

Orlando Rodrigues está confiante, mas chama a atenção para as condições climatéricas: "Neste momento não sabemos se o estado do tempo permitirá fazer a chegada mesmo até ao alto. É uma montanha dura com uma parte final com alguns desníveis que vão dos 14 aos 17 por cento de inclinação. Mas nós temos os nossos ciclistas num bom momento de forma e estamos numa posição que nos pode permitir criar alguma surpresa".

Fonte: Infordesporto 26/03/2008