CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

selleccao-ciclismoRui Costa foi o melhor elemento da Seleção Nacional/Liberty Seguros na prova de fundo do Campeonato do Mundo de Estrada, hoje ganha pelo polaco Michal Kwiatkowski, em Ponferrada, Espanha.

O chefe de fila da equipa lusa manteve-se junto dos melhores até à derradeira subida dos 254,8 quilómetros, mas não foi capaz de responder aos ataques que aí surgiram, acabando no primeiro pelotão, com mais 7 segundos do que o vencedor.

“Nem sempre estamos num dia bom. Hoje não tive as melhores sensações. Fiz tudo para estar bem colocado na fase final. Quando se deu o arranque, na última parte da subida, não consegui entrar no grupo da frente. No entanto, mesmo que chegasse a esse grupo, era quase impossível ficar no pódio”, reconhece o campeão do Mundo em 2013.

O polaco Michal Kwiatkowski rematou da melhor forma o intenso labor dos compatriotas, que foram os primeiros a assumir a corrida, trabalhando arduamente para aproximar o pelotão dos quatro fugitivos iniciais, que chegaram a ter mais de 16 minutos de vantagem.

Na fase decisiva, quando os favoritos se marcavam para atacarem a derradeira subida, o vencedor da Volta ao Algarve deste ano surpreendeu toda a gente, atacando na descida mais técnica e perigosa, para não mais ser alcançado. Michal Kwiatkowski terminou a corrida, muito endurecida pelo mau tempo, em 6h29m07s. O pódio ficou completo com o australiano Simon Gerrans, segundo, e com o espanhol Alejandro Valverde, terceiro, ambos a 1 segundo, tal como os dois corredores que se seguiram.

Tiago Machado, 54.º, a 1m32s, e Nelson Oliveira, 67.º, a 5m12s, foram os outros portugueses que concluíram a prova. André Cardoso, José Mendes e Sérgio Paulinho não chegaram ao fim.

“Queríamos um pouco mais. Se calhar, colocámos as expectativas muito altas, até porque o percurso não se revelou tão duro quanto esperávamos. Resta-nos aceitar o desfecho”, resume José Poeira, que, no cômputo geral, considera que o balanço dos resultados portugueses “é muito positivo, porque conseguimos resultados muito bons nos contrarrelógios, com corredores que nos dão ainda melhores perspetivas para o futuro”.

Tiago Machado mostrou-se irritado com o facto de “não chegar na frente porque a bicicleta não estava ao nível das exigências. O pessoal técnico da Federação não tem culpa, a equipa é que não enviou o material adequado. Tive de colocar-me mais atrás nas descidas, porque a bicicleta não travava corretamente, o que acabou por obrigar-me a um desgaste acrescido”, disse o famalicense.

Nelson Oliveira, que várias vezes ajudou Rui Costa a colocar-se no pelotão e que chegou a encabeçar o mesmo para encurtar distância para os fugitivos, frisa ter feito “tudo para que o Rui estivesse bem posicionado no final, mas as coisas não correram como queríamos”.

André Cardoso e José Mendes foram os primeiros desistentes lusos, ambos afetados por problemas mecânicos. “Fiquei preso numa queda, quando faltavam nove voltas, e, como a bicicleta não ficou nas melhores condições, tive de descer ao carro de apoio. Quando a corrida começou a ser lançada, eu era dos últimos do pelotão e as sensações já não eram nada de especial”, admite.

José Mendes lembra que, “numa prova como esta, é preciso a sorte estar connosco. Estive sempre bem colocado até uma altura em que sentia que a bicicleta não desenvolvia. Pensei que fosse uma questão física, mas percebi que se tratava de um fruo lento, que se foi manifestando durante alguns quilómetros. Quando parei para mudar a roda perdi o contacto e já não era possível recolar”.

Sérgio Paulinho abandonou na penúltima das 14 voltas ao circuito. “Tentei ajudar o Rui ao máximo, mas com o frio e a chuva, que desgastam muito, as forças acabaram”, conta.

Fonte: UVP/FPC 28/09/2014

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