CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

partida-mundialO português Joaquim Silva correu de forma inteligente e corajosa a prova de fundo para sub-23 do Campeonato do Mundo de Estrada, terminando na 16.ª posição a competição que hoje se realizou em Ponferrada, Espanha, ao longo de 182 quilómetros, com vitória do norueguês Sven Erik Bystrom.

O campeão nacional de fundo de sub-23 manteve-se resguardado no pelotão durante nove das dez voltas ao circuito de 18,2 quilómetros, atacando na primeira subida da última volta. A ofensiva de Joaquim Silva destroçou por completo o pelotão e pôs em xeque o trabalho que a Austrália fizera para manter o grupo o mais compacto possível.

Ninguém conseguiu responder de imediato à movimentação do corredor luso, que, por isso, teve de pedalar em solitário. Quando foi alcançado pelos homens que contra atacaram já não conseguiu reagir. Ainda assim manteve-se no restrito grupo principal, cortando a meta na 16.ª posição, a 7 segundos do vencedor, que se isolou na subida final para não ser alcançado. O australiano Caleb Ewan foi o segundo classificado, enquanto o norueguês Kristoffer Skjerping fechou o pódio, ambos a 7 segundos do primeiro.

“Tinha de atacar naquele sítio para procurar fazer a diferença. Se o fizesse na última subida não ganharia mais de 20 segundos e acabaria por perdê-los a descer. Acabei por não conseguir chegar mais além, mas caí de pé. A selecção mostrou mais uma vez que Portugal tem corredores de qualidade”, afirmou Joaquim Silva.

O selecionador nacional, José Poeira, ficou satisfeito com a iniciativa do pupilo. “Tentou a sua sorte e provocou um grande estrago no pelotão. Correu com cabeça, atacando quando tinha de atacar. Gostávamos que o resultado final fosse um pouco melhor, mas é sempre bom conseguir um lugar nos 20 primeiros num Campeonato do Mundo, onde estão todos os melhores corredores”, disse o técnico.

Rafael Reis, 46.º, a 1m03s do vencedor, foi o segundo melhor elemento da Seleção Nacional/Liberty Seguros. Depois da excelente prestação no contrarrelógio, o jovem palmelense sentiu-se bem até perto do final. “Nas duas últimas voltas comecei a fraquejar. Vinha a sofrer, até que na última subida da corrida, com cãibras, não aguentei no grupo da frente”, descreve o quarto classificado na prova de contrarrelógio deste mundial.

Rúben Guerreiro, 75.º, a 6m10s, também sentiu no corpo a dureza provocado pela distância da prova. “Enquanto tive boas sensações mantive-me sempre bem colocado, mas, de um momento para o outro, aumentou a velocidade e o meu corpo não reagiu da mesma forma. Entrei em perda progressiva. A corrida acabou por fazer-se muito longa para mim”, lamentou o vencedor da Volta a Portugal do Futuro.

Ricardo Ferreira fechou a representação nacional, no 80.º posto, a 9m18s. “A equipa esteve bem num percurso que veio a revelar-se muito rápido, o que favoreceu ciclistas mais possantes. Pessoalmente, acabei por ressentir-me da doença que tive na Volta a França do Futuro”, explicou o corredor.

Fonte: UVP/FPC 26/09/2014