CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Arala Chaves, presidente da SAD da Ovarense para o basquetebol, reconheceu que "não existem condições" que viabilizem a continuidade da Liga profissional e manifestou-se disponível para integrar um campeonato sob a égide da Federação (FPB).

"Teremos de ser pragmáticos e reconhecer que no contexto actual a Liga não tem condições para continuar. Provavelmente, os clubes terão de dar um passo atrás e pensar no modelo competitivo sob a égide da Federação Portuguesa de Basquetebol", admitiu à Agência Lusa o dirigente dos bicampeões nacionais.

O dirigente vareiro lembrou que a Ovarense "sempre defendeu" um campeonato profissional, mas no âmbito de uma Liga que "oferecesse condições de credibilidade e com clubes que cumprissem as suas obrigações".

"Não há, neste momento, condições para a existência de uma Liga profissional. Algumas equipas não estão a cumprir com os requisitos e não se vê no horizonte outros clubes que pretendam embarcar nesta Liga", lamentou o dirigente da Ovarense.

Arala Chaves fez questão de frisar que a Ovarense "sempre lutou a favor de um campeonato profissional enquanto achou que havia condições para tal", mas face ao actual contexto insiste que a melhor solução é "dar um passo atrás".

"Não estamos disponíveis para voltar a disputar uma Liga profissional nestas condições, a não ser que haja um grande volte-face e, milagrosamente, apareçam outras equipas interessadas. Ter uma Liga profissional só pelo nome não vale a pena", sublinhou.

Sobre a solução de um novo campeonato, Arala Chaves aceita que seja a FPB a organizar a prova, mas defende regras que permitam uma gestão profissional da prova.

"Um campeonato de âmbito nacional envolve uma grande responsabilidade de organização. A Federação terá de encontrar um profissional, ou uma equipa profissional, para gerir a tempo inteiro uma prova dessa dimensão", defendeu o presidente da SAD do basquetebol da Ovarense.

Confinada actualmente a oito equipas, o número mínimo fixado no protocolo entre federação e liga de clubes para a realização de uma competição profissional, o campeonato da Liga disputa-se sem a expectativa dos "play-off", já que a actual fase regular serve apenas para ordenar as equipas para a fase a eliminar.

Depois da falência de projectos como Aveiro Basket e Santarém Basket, a liga profissional sofreu um "emagrecimento" forçado pouco antes do arranque da temporada 2006/2007, com o abandono de um dos históricos da modalidade, a Oliveirense.

A prova, inicialmente delineada para 10 equipas, teve de ser reformulada para se ajustar aos nove "resistentes". Finda a época 2007/2008, novo revés, com os abandonos de Benfica e Queluz, que deixaram a prova em sério risco sobrevivência, o primeiro por clivagens com a Liga e o segundo por dificuldades financeiras.

Encontrada a solução do Vagos, que "saltou" do terceiro escalão para preencher a oitava vaga em aberto, a 13ª edição do campeonato profissional sempre avançou, mas com um número mínimo de equipas.

A 21 de Fevereiro, a FPB rejeitou uma proposta da LCB com vista à organização das competições e que determinava, em traços gerais, a obrigação de subida ao escalão principal dos dois primeiros da Proliga (prova federativa) nas duas próximas temporadas, até perfazer um conjunto de 12 equipas.

Confrontada com esta recusa, a LCB remeteu a questão para o Conselho Nacional do Desporto, a quem compete tomar conta destas matérias até que as duas partes cheguem a um acordo, como determina o ponto 4 do artigo 23º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto.

Fonte: Lusa 08/04/2008

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