CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Antes do início da última jornada do Campeonato de Portugal de Ralis de 2008 todos esperavam um grande espectáculo por terras algarvias. O que poucos esperariam, por certo, era um Rali Casinos do Algarve repleto de tantas emoções, com o vencedor a ser só conhecido ao cair do pano, bem ao contrário do que aconteceu ao longo da temporada.

Imitando as sete provas até então disputadas, Bruno Magalhães começou fortíssimo aos comandos do seu Peugeot 207 S2000, garantindo a liderança logo após a partida e garantindo uma arrebatadora vantagem de dez segundos ao longo dos 10 km da segunda Especial, a primeira de sábado. Mas como é bem sabido, o automobilismo é repleto de surpresas e dissabores e foi isso mesmo que aconteceu ao bicampeão Ralis. Magalhães, com o seu ritmo inconfundível, acabou por ver-se largamente prejudicado por um furo na 3ª Classificativa, perdendo 2m40s e caindo, assim, para 16º.

Com o Campeão já fora da corrida pela vitória, a não ser que mais alguma grande surpresa surgisse, José Pedro Fontes não perdeu tempo e assumiu a liderança da prova ao levar de vencida o terceiro troço, o seu único triunfo em Especiais ao longo de toda a prova. O piloto do Fiat Punto S2000 começou então a construir a vantagem face a Vítor Pascoal para chegar à antepenúltima Classificativa com o que parecia ser uma confortável margem de 36 segundos sobre o piloto do Peugeot 207 S2000.

Mas tal não passou disso mesmo, pois um furo por parte de Pedro Fontes levou a que Pascoal se apresentasse à partida da última tirada cronometrada com apenas 1,5 segundos de atraso. Contudo, o homem da Fiat acabou por ver a sorte de novo do seu lado. Pascoal teve problemas mecânicos com o seu carro e acabou por ver-se obrigado a desistir mesmo ao cair do pano, fazendo com que José Pedro Fontes confirmasse a sua primeira vitória aos comandos do carro italiano em dois anos e, ao mesmo tempo, assinasse a segunda posição do Campeonato, posto pelo qual lutava directamente contra Pascoal.

Enquanto isso, Magalhães corria atrás do prejuízo, vencendo todas as Especiais após ter furado para escalar desde 16º até ao segundo posto. Um resultado que acabou por ser muito positivo para o lisboeta, pois possibilitou ao seu navegador Carlos Magalhães a conquista do terceiro título de Navegadores. Já quase no final da prova, e a caminho do intermédio do pódio, Magalhães logrou ainda levar a melhor sobre Fernando Peres.

O piloto do Mitsubishi Lancer Evo IX viu-se batido pelo Campeão Nacional na última Classificativa, mas conseguiu ainda assim garantir o terceiro posto da geral e a vitória no Grupo N, à frente de Bernardo Sousa, que foi quarto, e de Adruzilo Lopes que, com o ceptro já assegurado, rodou até um tranquilo sexto posto da geral, o bastante para dar a José Janela o vice entre os Navegadores.

Já no que toca às viaturas até 1.600cc Carlos Matos foi o grande vencedor. Ao terminar em sétimo da geral, o piloto do Renault Clio S1600 não só levou de vencida a competição algarvia na sua categoria, como garantiu ainda a conquista do ceptro com o terceiro triunfo consecutivo, batendo, na prova e no campeonato, Paul Antunes e Carlos Costa, segundo e terceiro classificados, respectivamente.

Mas não só de Campeonato de Portugal de Ralis se fez a prova do Clube Automóvel do Algarve, já que os Clássicos e o Regional Sul também fizeram parte do programa. Começando pelos mais antigos, a ausência de última hora de Aníbal Rolo acabou por atribuir desde logo o ceptro a José Sousa, com este a acabar por vencer a prova à frente de Vítor Torres e Mário Mendes. Enquanto isso, no Regional Sul o triunfo ficou nas mãos de João Monteiro, mas só depois de ter levado a melhor sobre Nuno Pinto (desistiu com motor partido) e Pedro Charneca, este a terminar em segundo, à frente de Armindo Neves. Já o ceptro ficou a cargo do líder da classificação à chegada à última prova. Apesar do sétimo posto final, Luís Mota logrou a revalidação do título.


Fonte: FPAK 27/11/2008