CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Depois de no ano passado o Campeonato Open Ralis ter sido dominado por dois pilotos, com o vencedor absoluto a ser conhecido apenas na última ronda, esta época a competição sob a égide da FPAK, que congrega o antigo Campeonato de Ralis Produção Terra e Asfalto com os Clássicos de Ralis, os Juniores e ainda diversos Regionais de Ralis, não só está a comprovar todas as suspeitas de competitividade apresentadas na temporada de estreia em 2007, como está a ir mais além e deixa antever lutas acesas até ao final do calendário para se ficar a saber quem vai ser, lá para Dezembro, o Campeão de 2008.

Prova disso é o facto do Rali Vidreiro, organizado pelo Clube Automóvel da Marinha Grande, ter dado a conhecer o terceiro vencedor diferente em igual número de provas disputadas até ao momento nesta temporada. Depois da primeira vitória absoluta de uma viatura Diesel num rali, pelas mãos de João Ruivo na abertura da temporada em Montelongo, e após o triunfo do Campeão Pedro Peres no Portas do Ródão, foi agora a vez de Jorge Santos, na capital nacional do vidro, levar a melhor sobre toda a concorrência numa ronda que chegou a conhecer três líderes.

Octávio Nogueira (Citroën Saxo Kit Car) foi o primeiro líder da jornada, mas tal revelou-se sol de pouca dura. O Campeão em título Peres, motivado pelo triunfo na pretérita ronda e ainda com vontade de vingar o desaire da primeira tirada do ano para colocar no bom caminho a luta pela defesa do ceptro, cedo se apoderou da primeira posição. Contudo, e como tão bem diz o ditado, devagar se vai ao longe e, ao optar por um ritmo mais forte, Peres acabou por ir um pouco longe demais ao cortar uma curva; um toque numa pedra resultou na quebra da transmissão traseira do seu Ford Escort Cosworth na terceira Especial e consequente queda para a oitava posição da tabela classificativa numa altura em que liderava com uns já respeitáveis sete segundos de margem.

Nogueira reassumia assim o primeiro posto, mas passava a contar com forte oposição de Santos (Citroën Saxo Kit Car). Com duas Classificativas ainda por disputar tudo estava em aberto e Jorge Santos optou então por se aplicar a fundo e rumar ao triunfo. Uma vitória que já vinha a ameaçar desde o início do ano e que acabou por concretizar com escassos 6,4 segundos de margem sobre Nogueira ao cabo das seis Especiais da prova. Juntando a isto os já referidos dois segundos lugares granjeados, o piloto acabou por garantir ainda a liderança do Campeonato.

Enquanto isso, o vice-Campeão Luís Mota (Mitsubishi Lancer IV) apresentou a sua melhor prestação até ao momento. Depois de no ano passado ter sido um dos habituais no pódio, tendo mesmo chegado à derradeira jornada na liderança da compita, Mota conseguiu na prova do CAMG o primeiro pódio da época, o que lhe permitiu ascender ao terceiro posto da classificação.

Enquanto isso, o quarto lugar era sinónimo de triunfo para José Sousa. O piloto do Renault 5 Turbo voltou a estar em bom plano à geral e, como já nos vem habituando desde o início da época, nos Clássicos, onde se está a revelar a força a bater esta época. A terceira prova do ano representou o terceiro triunfo em igual número de jornadas para o piloto de Vizela. Mas desengane-se quem pensar que se tratou de um passeio para Sousa. Nem mesmo o capotanço do seu principal rival Joaquim Santos, ao que se seguiu o abandono, fez com que esta jornada fosse mais fácil para o líder absoluto dos Clássicos. Aníbal Rolo, em máquina igual, foi sempre um adversário a ter em conta ao longo de toda a prova e, apesar de ter terminado em sexto da geral, atrás do Peugeot 206 GTI de Manuel Coutinho, a verdade é que não deu tréguas a Sousa.

Um resultado que deixa Sousa tranquilo na frente da classificação absoluta com 11 pontos de margem, seguido de Rolo e, apesar do desaire, de Joaquim Santos, enquanto Mário Mendes (Datsun 1200 – 20º da geral) ascendeu ao sexto posto da tabela absoluta dos Clássicos depois de ter sido terceiro neste particular.

Olhando agora às diversas classes do Campeonato de Portugal de Clássicos (Ralis), Mendes foi o grande vencedor dos Clássicos 71 numa uma ronda onde o líder Carlos Nunes acabou por ficar a zeros e Rogério Mendes foi o outro piloto a pontuar. No que toca às máquinas construídas até 74, António Segurado foi o único a pontuar, garantindo a segunda vitória do ano e distanciando-se na frente da classificação, enquanto nos Clássicos 81 José Sousa, tal como na geral, conta com o pleno de triunfos, tendo batido, desta feita, o segundo da geral dos Clássicos, Aníbal Rolo.

No que concerne ao Campeonato de Portugal Júnior de Ralis, Pedro Raimundo foi o terceiro vencedor da temporada, batendo Nuno Coelho e João Leite que, com o mais baixo do pódio, regressou à liderança da tabela classificativa.

Classificação: 1º Jorge Santos/Vítor Hugo (Citroën Saxo Kit-car), 31m44,1s; 2º Octávio Nogueira/Luís Pinto (Citroën Saxo Kit-car), a 06,4s; 3º Luís Mota/Ricardo Domingos (Mitsubishi Lancer Evo IV), a 41,2s; 4º José Sousa/José Salgado (Renault 5 Turbo), a 1m13,6s; 5º Manuel Coutinho/Manuel Babo (Peugeot 206 GTI), a 1m26,0s; 6º Aníbal Rolo/José Abrantes (Renault 5 Turbo), a 1m57,2s; 7º Paulo Correia/Joaquim Alvarinhas (Peugeot 106 GTI), a 2m24,2s; 8º Pedro Peres/Tiago Ferreira (Ford Escort Cosworth), a 2m43,3s; 9º José Gomes/Marco Guarda (Opel Astra), a 2m43,8s; 10º João Soares/João Barata (Citroën Saxo), a 2m58,6s; Classificaram-se mais 30 concorrentes.

Fonte: FPAK 18/04/2008