CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
O Campeonato do Mundo de Corta-Mato, uma das mais importantes organizações da Federação Internacional, teve o seu início em 1973 na cidade de Waregem - Bélgica, e tem-se realizado anualmente, até ao presente, sem qualquer interrupção. No entanto, uma competição semelhante, mas sob a denominação de Cross das Nações, conhecera os seus primeiros passos no início do século (1903), sofrendo interrupções de 1915 a 1919 e de 1940 a 1945, devido às duas Grandes Guerras.

A partir de 1998 (Marraquexe), o figurino dos Campeonatos do Mundo voltou a sofrer transformações com a inclusão dos percursos curtos, tanto para masculinos como femininos.

Portugal, no escalão masculino, inicia a sua participação ainda no Cross das Nações em 1955 - S.Sebastian - Espanha. Continua presente até 1959 ininterruptamente. Volta em 1963, depois 1973 (agora já sob a denominação de Campeonato do Mundo) e a partir de 1976 nunca mais deixa de estar representado.

Ainda que colectivamente nunca tenhamos conseguido expressar em classificações a classe internacional da globalidade dos nossos meio-fundistas, já que quatro únicas vezes chegámos ao pódio com 3os lugares em Nova Iorque (1984), Amorebieta (93), Belfast (99), e Vilamoura (2000), o mesmo não se poderá dizer das actuações no estrito campo individual. E aqui, mercê muito principalmente de Carlos Lopes, que pode ser considerado, sem qualquer favor, um dos maiores - se não o maior - "cross-man" de todos os tempos.

Campeão do Mundo em Chepstow, no já longínquo 1976, repetiu a façanha oito anos depois em Nova Iorque e ainda alicerçou mais a sua fabulosa classe no ano seguinte em Lisboa, com novo título. A completar o ramalhete teve ainda mais dois pódios (1977 e 1983) com os respectivos 2os lugares. Fernando Mamede, por sua vez, chegou ao 3º lugar em 1981 e Paulo Guerra repetiu a dose em 1999.

No sector feminino, que iniciou a sua presença em Campeonatos do Mundo no ano de 1981, não mais falhando até ao presente, realce para a extraordinária contribuição de Albertina Dias, uma das grandes atletas portuguesas de sempre, que conheceu o pódio nas três posições possíveis (Ouro, Prata e Bronze) e ainda acrescentou um 5º lugar e outro 6º.

Também neste sector o realce para a 3ª posição de Conceição Ferreira em 1994. Colectivamente, chegámos à nossa primeira medalha - Bronze – em Aix-les-Bains (1990) - e ouvimos o Hino Nacional, referente ao 1º lugar – pela primeira vez - em Budapeste, a 26.3.94, tendo como protagonistas Conceição Ferreira, Albertina Dias, Fernanda Ribeiro e Mónica Gama.

Finalmente, no ano de 1999, o quarteto português voltava a subir ao pódio para receber o Bronze, e no ano 2000 arrebatámos de novo o Ouro no percurso curto.

No escalão júnior, sector masculino, a equipa nacional tem intervenção em 66, 71, 73, de 77 a 79, e depois de 81 a 86. Voltamos em 88 com a presença de dois atletas, e um em 89 (Paulo Guerra). Em 90 apresentamos equipa completa e em 91 e 92 voltamos a entregar a representação nacional a um único atleta. Em 93 e 94 formamos equipa, para depois, em 95, nos confinarmos a 2 atletas, e desde 96 a um único, com excepção de 2000, onde retornamos à formação de equipa.

No sector feminino o historial das nossas intervenções juniores conheceu a sua primeira edição em 89, repetiu-se em 90, mas dai para cá não voltámos a formar equipa, restringindo-se a nossa intervenção a uma atleta em cada ano, com excepção de 2000, onde voltámos a apresentar equipa completa. Compensámos, no entanto, a modéstia desta nossa representação com a medalha de Bronze alcançada em Stavanger, através das atletas Mónica Gama, Carla Sacramento, Carla Machado e Luzia Dias.

Em 2007 o corta-mato na variante curto deixa de integrar o calendário do Campeonato do Mundo de Corta-Mato.

Fonte: Infordesporto 28/03/2008