CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Uma maioria de atletas das chamadas disciplinas técnicas, em detrimento do meio-fundo, é a imagem de marca da comitiva portuguesa de sete atletas que hoje inicia a 12ª edição do Mundial de Pista Coberta.  
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Uma maioria de atletas das chamadas disciplinas técnicas, em detrimento do meio-fundo, é a imagem de marca da comitiva portuguesa de sete atletas que hoje inicia a 12ª edição do Mundial de Pista Coberta.

Já não há dúvidas sobre a mudança do atletismo luso. Há 11 anos, no Mundial de Paris, em 1997, Portugal apresentou igualmente sete atletas, cinco deles fundistas. Hoje, a realidade é a oposta: em sete, só há duas fundistas…

Portugal vive uma das melhores temporadas de Inverno do seu atletismo. Os 11 recordes nacionais absolutos batidos em dois meses falam por si. Alguns deles, como os 20,08 metros no lançamento do peso por parte de Marco Fortes, são sinal de uma mudança inequívoca e talvez inesperada.

José Barros, seleccionador nacional, aponta a evolução das condições de treino e do saber dos treinadores como explicações para este "boom" de bons resultados nas "técnicas".

Já a melhoria das condições de vida dos portugueses e a crescente falta de referências poderão justificar a queda abrupta de resultados no meio-fundo e fundo.

Ora, por tudo isto, é num clima favorável à obtenção de medalhas que sobretudo Nelson Évora e Naide Gomes partem para este Mundial. As respectivas épocas têm decorrido favoravelmente e, mesmo não dispondo ainda de uma estrutura coberta para o treino invernal, ambos têm conseguido ocupar lugares de topo no "ranking".

Jessica Augusto é uma clara candidata à final dos 3000 metros e, caso a corrida seja lançada em bases rápidas, não será de descartar um lugar entre as primeiras. Francis Obikwelu (60 m) estará dependente, tanta na passagem à meia-final como depois à final, da sua capacidade de responder ao tiro de partida.

Nelson Évora
"Um novo recorde nacional? É isso que eu quero"
É muita a ambição dos portugueses que competem hoje no Mundial de pista coberta. Nelson Évora, o atleta nacional com mais expectativas de brilhar no campeonato, não se mostra reservado nas suas expectativas: "Se penso em obter um novo recorde nacional aqui, em Valência? É isso que eu quero".
Nesta primeira jornada, outros dois lusos fazem a entrada no evento. Marco Fortes estreia-se, a este nível , no lançamento do peso e mostra-se descontraído: "Já provei que pertenço a este núcleo de atletas. Pode ser que me sinta em casa". Uma marca acima de 20 metros dará, mesmo, estatuto.
Com o mesmo espírito encontra-se a recordista nacional do salto com vara, Elisabete Ansel. "Se fizer a minha marca à primeira tentativa, como já o consegui, posso mesmo ir à final", assegura uma atleta que não pára de progredir.

Atletas em competição
Peso (Masculino)
Marco Fortes faz a qualificação com 20 lançadores. Necessita de 20.20 m (mais do que o seu recorde) para entrar na final, que se disputa à tarde, ou ficar entre os oito melhores. Tarefa difícil, porque há 15 com melhor marca este ano.

3000 metros (Feminino)
Jessica Augusto corre na segunda das duas séries. Para ir à final tem de ficar nas quatro primeiras ou obter um dos quatro melhores tempos após as apuradas directas. Tem o terceiro crono do ano da sua corrida e hipóteses de ir em frente.

Vara (Feminina)
Elisabete Ansel tem 11 atletas com melhor marca entre as 16 da qualificação. O seu recorde (4,40 m) é insuficiente para apurar directamente (4,55 m). Terá que ficar entre as oito primeiras o que é, quase, impossível.

60 metros (Masculinos)
Francis Obikwelu corre com Dyxon (EUA) e Cerrutti (Itália) para conseguir um dos dois lugares que dão acesso às meias-finais. Só tem de partir bem...

Triplo salto (Masculino)
Nélson Évora tem que passar os 16,95 metros (ou ser um dos oito melhores entre os 15 presentes) para estar no domingo a disputar mais um título mundial. O benfiquista tem sido regular acima dos 17 metros.

Pode seguir os resultados em - http://www.iaaf.org/WIC08/results/eventCode=3656/index.html

Fonte: O Jogo 07/03/2008