CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
É do Parque da Cidade que os 12 pilotos da Red Bull Air Race vão descolar rumo à zona de prova. Ontem, realizaram os primeiros treinos sobre o rio Douro e sob o olhar atento de algumas centenas, mas a rota não convenceu.

No espaço do Queimódromo, 12 hangares albergam as aeronaves concorrentes. Ontem à tarde, após a primeira sessão de treinos, os pilotos faziam o balanço dos tempos conseguidos. Pelo meio, muitos comentários ao circuito, rápido, apertado, curto e a direito, sem grandes pontos de viragem, com os concorrentes a manifestarem, ainda, pouco entusiasmo e a admitirem ser preciso novo treino para se familiarizarem com a rota, que, apesar de semelhante à do ano passado, sofreu alterações.

À entrada do aeroporto temporário, e ao longo dos muros que separam o Parque da Cidade da Circunvalação, largas dezenas de pessoas observavam as movimentações. O treino, entre as 12 e as 13,30 horas, também teve assistência nas marginais de Gaia e Porto.

O britânico Paul Bonhomme (que lidera o campeonato com três vitórias, mas os mesmos 45 pontos do que o austríaco Hannes Arch) conseguiu o melhor tempo no treino. Porém, ficou apenas algumas fracções de segundo à frente dos americanos Michael Goulian e Kirby Chambliss.

A penúltima corrida desta época promete ser uma nova batalha com os oito melhores a registarem diferenças mínimas na corrida de alta velocidade sobre o rio. Goulian só ficou 0,24 segundos atrás de Bonhomme.

Hoje, os treinos prosseguem para, amanhã, terem lugar as qualificações e domingo a corrida. Ontem, foram vários os pilotos que confirmaram que a receita para a vitória está na máxima velocidade e em evitar erros, dada a natureza da prova em Portugal. Terão de conseguir manter a velocidade e a trajectória, enquanto fazem curvas apertadas.

Todos os aviões saem do aeroporto temporário. Após passar por debaixo da torre de controlo, as aeronaves entram na pista e descolam viradas para o mar, por causa do vento.

David Walton, director do aeroporto, explicou que os voos são controlados da torre instalada no Parque da Cidade, que comunica com a torre principal, situada no parque da Alfândega do Porto.

Ontem, no intervalo das muitas entrevistas, os pilotos juntaram- -se para uma reunião de balanço, que também serviu para fazer correcções. "Foi muito bom", respondeu Steve Jones, vencedor da etapa lusa do ano passado, quando questionado sobre como correram os treinos.

"Temos de fazer mais voos", ressalvou, falando de "um circuito interessante mas muito curto". Só treinou uma vez, três lanços do circuito, durante seis minutos. Hoje, são mais seis.

Passar na ponte seria "espectacular", insiste. Bem como a manobra da "nife", com as asas perpendiculares ao rio. Mas nem uma coisa nem outra será possível. A pista "é simples", "não há muito para fazer", relatou, após os treinos. E "tudo tem a ver com ser mais rápido" do que os outros e "não mudar muito os controlos". Os aviões estão limitados a 370 quilómetros por hora.

Peter Besenyei, húngaro que está na génese da competição, fala de uma boa localização e de um circuito "não muito difícil" e "tecnicamente quase a direito". "Não fazer erros" e "ser rápido" é fundamental". Poderá ganhar? "Se tiver sorte, sim", responde o piloto.

O único francês em prova, Nicolas Ivanoff, diz que o circuito é "bonito", "muito direito" e "estreito". Admitindo ter poucas esperanças em vencer, diz que a prova "é para os aviões mais rápidos". O seu está mais adaptado a "percursos sinuosos", perdendo eficácia numa trajectória como a do Porto.

"Não há muitas viragens, é um circuito fácil tecnicamente", disse, confirmando no terreno as previsões feitas, há dias, a partir do papel. Além disso, disse ser necessário a organização estabilizar melhor os pórticos, que ontem mexiam dada a forte corrente.

Fonte: Infordesporto 05/09/2008