CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
O karaté ainda não é uma modalidade olímpica, mas para o presidente da Federação Mundial de Karaté o sonho pode tornar-se realidade em 2016. Râguebi, golfe, squash, patinagem, softbol e basebol são as restantes modalidades que lutam pelas duas vagas abertas pelo Comité Olímpico Internacional (COI).

"No passado dia 15 apresentámos o nosso projecto ao COI e estou bastante optimista, porque creio que o karate é um grande desporto e que a Federação Mundial é uma grande federação. Não tenho motivos para pensar que não estejamos entre os seleccionados", afirmou Antonio Espinós, numa entrevista exclusiva a "O Jogo".

O dirigente assumiu o comando da Federação Mundial há 11 anos e acredita que o trabalho desenvolvido terá o reconhecimento do COI, que no dia 13 de Agosto decidirá quais as modalidades que irão a votação na Assembleia Geral de 9 de Outubro.

Espinós traça por isso um balanço positivo dos seus mandatos, que no seu entender permitiram "mudar muitas coisas" na estrutura da modalidade. "Estamos muito melhores do que em 1998 e esse é um dos pontos fortes da nossa candidatura junto do COI", sublinha.

A realidade aponta para a existência de federações com maior poderio financeiro, mas Espinós não se deixa abater. "Espero não influencie a decisão do COI. Nós apresentámos uma boa candidatura e nos últimos quatro anos demonstrámos que temos feito coisas novas. Evidenciamos um grande progresso e acho que isso é o mais importante", explica o espanhol. "Felizmente, no mundo do desporto nem tudo é dinheiro. O COI tem uma grande oportunidade para mostrar ao mundo que o dinheiro é importante, mas não é tudo", destacou.

"Não é necessária uma instalação adicional"
Na presentação já feita ao COI, o dirigente espanhol mencionou o número de atletas, bem como a estrutura da participação definida para os Jogos Olímpicos. Deste modo, caso a modalidade venha a ser escolhida para o programa olímpico, haverá 120 karatecas nos tatamis, distribuídos por cinco categorias de peso, aquelas que já entram actualmente nos campeonatos do mundo. "Teremos 60 mulheres e 60 homens e será algo que não custa nada montar. Podemos utilizar qualquer instalação já definida para as selecções de basquetebol, andebol ou judo. Em qualquer uma delas pode haver karaté. Por isso, não é necessária qualquer instalação adicional", esclareceu Antonio Espinós.

"Uma modalidade viva e em contínuo progresso"
Actualmente, o karaté conta com 10 milhões de praticantes, o que é considerado um sinal de vitalidade. "Somos uma modalidade em contínuo progresso. O karaté está vivo e queremos melhorar, mas nosso objectivo principal é ser um desporto olímpico", destaca. Antonio Espinós considera que o karaté ainda não tem a devida cobertura mediática e a justificação é simples. "Actualmente, o reconhecimento público de um desporto deriva do olimpismo. Acho que isso virá com o tempo. É necessário que sejamos olímpicos, para podermos ser mais populares nos órgãos de comunicação".

"Madrid'2016 seria concretizar de duplo sonho"
Para além de esperar que o karaté esteja presente nos Jogos Olímpicos'2016, Antonio Espinos deseja ainda concretizar um outro sonho relativo à candidatura da capital espanhola ao maior evento desportivo do globo. "Se a escolha recaísse sobre Madrid, seria muito bom. Estou convicto que é uma grande candidatura e creio que teremos grandes possibilidades. Seria ideal que a estreia do karaté enquanto modalidade olímpica fosse em Madrid'2016", sublinha, acrescentando que o facto de o karaté ter vários estilos não é entrave no que respeita à escolha do COI.

Fonte: O Jogo 24/06/2009