CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Nos últimos três anos, Portugal conseguiu outros tantos apuramentos para grandes competições internacionais. Para o Mundial de sub-21 de 2007, era Luís Monteiro o técnico; para o Europeu de Sub-20 do ano passado e, anteontem, para mais um Mundial de sub-21, a jogar em Agosto, o seleccionador foi Rolando Freitas.

As razões do sucesso são várias. "Portugal tem-se habituado a preparar devidamente as competições, e, sendo assim, também temos sentido a necessidade de estar a par dos modelos mais importantes do andebol moderno, ou seja, um jogo muito rápido, no qual a defesa assume papel importante, mas sem ser absolutamente decisivo, explorando os recursos individuais dos jogadores.

Para isso é preciso ter boas capacidades físicas e jogadores que correspondam e com os quais se trabalhe nesse sentido. Outro factor importante é o número de jogos. Estes jogadores completaram cerca de 60 jogos nestes quatro anos", resumiu Rolando Freitas a O JOGO, frisando que, "muitas vezes, por os resultados serem bons, há a tendência de desvalorizá-los".

E dá exemplos: "Em Novembro, estivemos concentrados com a selecção do Egipto e vencemos dois jogos e empatámos um. O que na altura se disse é que o Egipto não valia nada. Agora, os egípcios venceram a República Checa, a Turquia e a Hungria...".

Seja como for, o técnico nacional também não gosta de euforias e serve-se de outro exemplo para o confirmar.
"A selecção que se apurou para o Mundial da Hungria, algo que já não acontecia há 15 anos, foi na altura rotulada de 'geração de ouro', mas depois, como terminou em 15.º lugar, já deixou de ser tão dourada. As pessoas não perceberam que o importante foi estar lá e jogar com as grandes equipas do Mundo. Mas, para muitos, o dourado desapareceu de Abril até Agosto."

A verdade é que os apuramentos se sucedem, pelo que importa perceber o que esperar do futuro.
"Alguns jogadores, se continuarem a trabalhar como até aqui, se continuarem a jogar e não a apenas sentarem-se no banco, têm pernas para andar. Mas dizer onde podem chegar seria leviano da minha parte. Muitas vezes, temos bons jogadores na formação que depois não dão o salto. Sem querer ser presunçoso, muitos jogadores com potencialidades perdem-se, talvez por deixarem de ter o número de jogos suficientes. Mas devemos ser seguros e apostar neles."

Fonte: O Jogo 14/04/2009