Analisar Pequim e preparar Londres 2012 foi o mote para a conferência sobre Olimpismo, que contou com a presença dos Presidentes dos Comités Olímpico e Paralímpico Portugueses e dos atletas Carlos Lopes e Carlos C. Lopes. A conferência realizou-se a 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, no Auditório da UE e contou ainda com o pré-lançamento do livro "Portugal, poder local e desporto", da autoria de Mário Teixeira, docente do Proto-Departamento de Desporto e Saúde da UE.
A presença portuguesa nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o histórico de medalhas e o aumento da participação em novas modalidades foram alguns dos temas abordados por Mário Teixeira, na abertura da conferência, onde, aproveitando a presença de Vicente Moura e Humberto Santos, Presidentes dos Comités Olímpico e Paralímpico Portugueses, lançou o desafio para a candidatura de Portugal aos Jogos Olímpicos, a médio/longo prazo.
Vicente Moura defendeu o papel das autarquias no acesso à prática desportiva e considerou que o desenvolvimento desportivo e o sucesso são feitos de "cooperação". O Presidente do Comité Olímpico criticou a Secretaria de Estado do Desporto e o Instituto do Desporto de Portugal em relação às verbas para os Jogos Olímpicos de Pequim e defendeu que "não foram gastos 13 milhões de euros". Ainda em relação a verbas, Vicente Moura defendeu que não se pode comparar os gastos efectuados com uma edição dos Jogos Olímpicos em Atenas ou Barcelona, "que são aqui ao lado" com a presença em Pequim.
Humberto Santos, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, lançou um desafio à universidade para que se estude, avalie e caracterize o Olimpísmo, mas também o Paralímpismo. O Presidente considera que a participação paralímpica portuguesa foi "bastante positiva". A questão dos média e a cobertura jornalística dos eventos olímpicos foi outra das controvérsias abordadas pelo dirigente, que defendeu que, apesar das parcerias com os órgãos de comunicação, não foi dado destaque à presença portuguesa nos paralimpicos.
Carlos Lopes, vencedor da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, falou para uma plateia cheia de jovens de um percurso desportivo notável. Começou no atletismo por acaso e entrou para o Sporting em 1967 que era o clube do seu coração e que "fazia campeões". Em 1976 ganha o Campeonato do Mundo de corta-mato e foi com Carlos Lopes que Portugal venceu pela primeira vez uma medalha de prata em atletismo. "Eu sobretudo gostava de correr e a minha vontade de viver para o atletismo era muita" defende o ex-atleta cujo maior objectivo era "ser campeão olímpico e só conseguia com a maratona". Apesar de achar uma "loucura", Carlos Lopes tinha a consciência de que conseguia, só precisava de "conhecer as distâncias" e "conhecer-se nas distâncias" e sorrindo afirma: "Depois parecia tudo muito simples". Carlos Lopes venceu a maratona nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles e tornou-se no primeiro português a receber o ouro nesta competição.
Carlos C. Lopes, atleta paralímpico português e vencedor da medalha de ouro em Barcelona em 1992, e em Sidney em 2000, baseou o seu discurso na questão da "gestão de expectativas". O atleta defende que é importante saber gerir os sucessos e os fracassos e que em Portugal é necessário trabalhar não só as expectativas, como as metas a atingir e o controlo da ansiedade.
O atleta iniciou-se no atletismo em 1988 e desde há 20 anos que treina todos os dias, apenas com 15 dias de férias por ano. Em 1989, em Zurique, vence a primeira medalha europeia de prata para a pessoa com deficiência e para Carlos C. Lopes, a "maior motivação era ganhar" e considera que o desporto paralímpico tinha que ser uma aposta em Portugal. Em 1994 foi considerado o melhor atleta dos campeonatos e é hoje considerado um dos melhores atletas paralímpicos do mundo. Em 1996 sofre uma lesão e passa por anos complicados. Carlos C.Lopes acredita que o importante é saber que se termina uma prova com a consciência que se deu o melhor e que o seu grande objectivo é "superar-me". Defende ainda que "as expectativas devem estar centradas no nosso desempenho pessoal". Pequim foi a sua quinta e última participação em competições paralimpicas. O atleta apela aos comités para que se trabalhe o treino das expectativas e a definição das metas.
No final, houve espaço para as questões dos alunos, na sua maioria da área do Desporto e Saúde da UE, que se mostraram bastante interessados na experiência dos oradores. A conferência Olimpismo - Avaliar Pequim e Preparar Londres 2012 foi uma organização da Associação Académica da UE, em conjunto com o Proto-departamento de Desporto e Saúde.
Fonte: Sofia Ascenso|UELINE 11/12/2008
A presença portuguesa nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o histórico de medalhas e o aumento da participação em novas modalidades foram alguns dos temas abordados por Mário Teixeira, na abertura da conferência, onde, aproveitando a presença de Vicente Moura e Humberto Santos, Presidentes dos Comités Olímpico e Paralímpico Portugueses, lançou o desafio para a candidatura de Portugal aos Jogos Olímpicos, a médio/longo prazo.
Vicente Moura defendeu o papel das autarquias no acesso à prática desportiva e considerou que o desenvolvimento desportivo e o sucesso são feitos de "cooperação". O Presidente do Comité Olímpico criticou a Secretaria de Estado do Desporto e o Instituto do Desporto de Portugal em relação às verbas para os Jogos Olímpicos de Pequim e defendeu que "não foram gastos 13 milhões de euros". Ainda em relação a verbas, Vicente Moura defendeu que não se pode comparar os gastos efectuados com uma edição dos Jogos Olímpicos em Atenas ou Barcelona, "que são aqui ao lado" com a presença em Pequim.
Humberto Santos, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, lançou um desafio à universidade para que se estude, avalie e caracterize o Olimpísmo, mas também o Paralímpismo. O Presidente considera que a participação paralímpica portuguesa foi "bastante positiva". A questão dos média e a cobertura jornalística dos eventos olímpicos foi outra das controvérsias abordadas pelo dirigente, que defendeu que, apesar das parcerias com os órgãos de comunicação, não foi dado destaque à presença portuguesa nos paralimpicos.
Carlos Lopes, vencedor da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, falou para uma plateia cheia de jovens de um percurso desportivo notável. Começou no atletismo por acaso e entrou para o Sporting em 1967 que era o clube do seu coração e que "fazia campeões". Em 1976 ganha o Campeonato do Mundo de corta-mato e foi com Carlos Lopes que Portugal venceu pela primeira vez uma medalha de prata em atletismo. "Eu sobretudo gostava de correr e a minha vontade de viver para o atletismo era muita" defende o ex-atleta cujo maior objectivo era "ser campeão olímpico e só conseguia com a maratona". Apesar de achar uma "loucura", Carlos Lopes tinha a consciência de que conseguia, só precisava de "conhecer as distâncias" e "conhecer-se nas distâncias" e sorrindo afirma: "Depois parecia tudo muito simples". Carlos Lopes venceu a maratona nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles e tornou-se no primeiro português a receber o ouro nesta competição.
Carlos C. Lopes, atleta paralímpico português e vencedor da medalha de ouro em Barcelona em 1992, e em Sidney em 2000, baseou o seu discurso na questão da "gestão de expectativas". O atleta defende que é importante saber gerir os sucessos e os fracassos e que em Portugal é necessário trabalhar não só as expectativas, como as metas a atingir e o controlo da ansiedade.
O atleta iniciou-se no atletismo em 1988 e desde há 20 anos que treina todos os dias, apenas com 15 dias de férias por ano. Em 1989, em Zurique, vence a primeira medalha europeia de prata para a pessoa com deficiência e para Carlos C. Lopes, a "maior motivação era ganhar" e considera que o desporto paralímpico tinha que ser uma aposta em Portugal. Em 1994 foi considerado o melhor atleta dos campeonatos e é hoje considerado um dos melhores atletas paralímpicos do mundo. Em 1996 sofre uma lesão e passa por anos complicados. Carlos C.Lopes acredita que o importante é saber que se termina uma prova com a consciência que se deu o melhor e que o seu grande objectivo é "superar-me". Defende ainda que "as expectativas devem estar centradas no nosso desempenho pessoal". Pequim foi a sua quinta e última participação em competições paralimpicas. O atleta apela aos comités para que se trabalhe o treino das expectativas e a definição das metas.
No final, houve espaço para as questões dos alunos, na sua maioria da área do Desporto e Saúde da UE, que se mostraram bastante interessados na experiência dos oradores. A conferência Olimpismo - Avaliar Pequim e Preparar Londres 2012 foi uma organização da Associação Académica da UE, em conjunto com o Proto-departamento de Desporto e Saúde.
Fonte: Sofia Ascenso|UELINE 11/12/2008