Foi um debate vivo e frontal aquele que marcou o regresso das Tertúlias da Confederação, com uma sessão subordinada ao tema”Orientação e Condução das Actividades Físicas e Desportivas: que Problemas com a Nova Legislação?”, que decorreu na Reitoria da Universidade de Lisboa, Cidade Universitária, promovida pela CDP.
Os novos requisitos para os directores técnicos e treinadores que
prescrevem actividade física e desportiva em espaços como os ginásios e
os clubes de saúde foram abordados por José Manuel Chabert, jurista e
membro do Gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto,
e Manuel Boa de Jesus, licenciado em Educação Física e presidente da
Federação de Ginástica de Portugal.
José Manuel Chabert explicou que os treinadores de espaços desportivos e de saúde terão de ter obrigatoriamente um dos três tipos de formação: licenciatura num curso de Educação Física ou Desporto; a experiência do exercício da actividade, a que será necessário associar, nos próximos dois anos, um grau de formação do sistema nacional de qualificações; ou um grau de treinador obtido através de uma federação com utilidade pública desportiva, mas só para casos específicos, como por exemplo o de um ginásio com aulas de judo.
Esta argumentação foi contestada por vários representantes de ginásios, entre eles o presidente da AGAP, José Luís Costa, e de empresas de formação desportiva, que perguntaram o que fazer com os técnicos entretanto formados, depois da entrada em vigor da nova legislação (Outubro do ano passado). Outra crítica incidiu sobre a quase inexistência dos cursos de formação de acordo com o sistema nacional de qualificações.
Manuel Boa de Jesus também fez referência a estas situações e criticou a exigência de licenciados nos cursos de Educação Física ou Desporto, dada a grande variedade de cursos com esta designação, muitos dos quais com currículos que não garantem os requisitos para prescrever a orientação e condução de actividades físicas e desportivas.
O presidente da Federação de Ginástica de Portugal precisou ainda que a sua federação não abdica de enquadrar o “fitness”, quer no plano da competição quer no plano do desporto para todos. Foi uma resposta à posição assumida por José Manuel Chabert de que a formação de técnicos pelas federações com utilidade pública desportiva só é reconhecida pelo Estado no âmbito das modalidades que tenham sido objecto do reconhecimento da utilidade pública da respectiva federação.
Veja aqui as fotografias da sessão
Fonte: CDP, 25.02. 2010