CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

A abertura do Congresso do Desporto de Portugal esteve a cargo de Carlos Paula Cardoso, presidente da Confederação Do Desporto de Portugal (CDP), que agradeceu a presença dos representantes das federações e entidades oficiais, considerando que a realização deste evento representa uma enorme oportunidade para analisar o presente e discutir o futuro do desporto nacional após dois anos de pandemia.

No seu discurso, Carlos Paula Cardoso, mencionou o mais recente estudo do Instituto Nacional de Estatística que confirma em números os efeitos nefastos da pandemia no sector do desporto. Na verdade, segundo o presidente da CDP “…a pandemia condicionou a prática desportiva em geral, mas foram os escalões mais jovens os mais penalizados porque estiveram meses sem treinar…”. A recuperação do tecido desportivo nacional passa pela implementação de medidas concretas e urgentes disse Carlos Paula Cardoso, medidas essas que foram apresentadas ao Governo, pelo movimento associativo, mas apesar dos esforços, não foi conseguido o objetivo apesar de algumas das propostas apresentadas terem sido discutidas na especialidade da proposta do Orçamento de Estado para 2022. A situação parece mais preocupante uma vez que o Orçamento de Estado aprovado esta sexta-feira, na generalidade, não espelha as respostas que o desporto nacional necessita. É fundamental e urgente o apoio aos clubes, sendo necessário soluções para suportar os clubes que asseguram o tecido desportivo. A marca Portugal é uma marca importante que mostra o que o país é e o que o país quer ser.

Seguidamente, José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, reforçou a ideia do aumento do financiamento público para o desporto, explicando que “sem atletas, sem quadros qualificados, sem incentivos materiais e com as organizações descapitalizadas, dificilmente se conseguem condições para garantir a sustentabilidade do desporto em Portugal”. Se assim é em situação normal, num contexto de pandemia ainda pior. José Manuel Constantino disse que “o novo Governo tem de dar um sinal de esperança porque o desporto merece pelo trabalho que tem desenvolvido todos os dias”

O terceiro interveniente do primeiro painel do congresso sobre “Retoma e Recuperação”, foi Carlos Lopes, secretário-geral do Comité Paralímpico Português que aproveitou o momento para lembrar o trabalho desenvolvido pelo CPP, assumindo as dificuldades ao longo dos anos, sobretudo ao nível de captação de jovens para a prática desportiva paralímpica. Neste ponto as escolas são um excelente parceiro para captar mais jovens, mas Carlos Lopes reconheceu a dificuldade em chegar às escolas. Falou ainda dos parcos recursos financeiras oque provocaram uma estagnação no desporto paralímpico. Apesar das dificuldades, o CPP tem previsto um conjunto de medidas por forma a potenciar o desporto paralímpico sobretudo nas camadas mais jovens.

Seguiu-se o segundo painel da tarde sobre o tema “Desporto Infanto-Juvenil”, moderado por Filipa Godinho, da direção da CDP. O primeiro interveniente do painel, foi Manuel João Coelho e Silva, Universidade de Coimbra, que apresentou um estudo sobre desporto e jovens, concluindo que é urgente implementar medidas para aumentar o interesse dos jovens para o desporto. Por seu lado, Pedro Sequeira, presidente da Confederação de Treinadores de Portugal, mencionou a importância da formação de treinadores sendo os profissionais portugueses possuem excelentes competências.

O primeiro dia de congresso terminou com o terceiro painel “Mais talento, Mais elite, Mais medalhas”, moderado por Ricardo José da direção da CDP. Um painel em que Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo e Pedro Roque, diretor desportivo do Comité Olímpico de Portugal, falaram de medalhas, de conquistas, mas sobretudo do trabalho que as federações em conjunto com os atletas necessitam de desenvolver para conseguir os resultados pretendidos. Acreditar que é possível apesar das dificuldades foi a mensagem a encerrar o primeiro dia de congresso.

Fonte: CDP, 30/04/2022