O debate que se realizou na passada quarta-feira abordou o desporto enquanto marca e teve como convidados Hugo Sousa, diretor geral e fundador da HMS Sports Consulting e Nuno Moura Pires, diretor de patrocínios dos Jogos da Santa Casa.
No arranque do debate, Nuno Moura Pires afirma “que os valores transmitidos pelo desporto e pela prática desportiva são bons para as marcas”.
Tendo em consideração os patrocínios dos Jogos Santa Casa, acrescenta que “aquilo que nós vemos todos os dias nas competições, federações e nos atletas que apoiamos é que eles precisam muito mais que sorte”, e enquanto marca “gostamos de estar sempre lá até porque é o intuito da nossa marca. “Nos patrocínios que fazemos nós estamos lá para dar aquele empurrãozinho e aquele empurrãozinho à federação que precisa desenvolver mais estágios fora, aquele atleta que precisa de um valor para estudar e para não abandonar os estudos (…). Nós estamos sempre ligados aos eventos, não descurando aquilo que é o nosso core, aquilo que é a causa social e que é o impacto social que o nosso investimento num determinado evento possa ter”.
Já Hugo Sousa defende que as marcas defendem valores comuns, “muitas marcas querem estar associadas à resiliência do praticante, ao convívio entre as famílias, ao espetáculo em si” e acrescenta que “existem dois tipos de patrocinadores: o patrocinador mais institucional que procura que o seu grande público reconheça que ele está associado a uma causa desportiva e que ajuda a promover o bem-estar na sociedade (…) e o patrocinador de marca, que quer entrar no mercado e procura chegar ao seu consumidor final e ao seu target e faz um patrocínio muito direcionado, naquele determinado evento e naquele determinado público, que sabe que é esse público que vai consumir o seu produto”.
“As marcas procuram eventos que já tenham os seus valores”, logo, no dia-a-dia, Nuno Moura Pires confirma que a Santa Casa “vai de encontro aquilo que sejam eventos que comuniquem de uma forma correta aqueles que são os valores da marca”.
Em resposta à questão colocada pela moderadora de que forma a marca do desporto se deve adaptar à exigência das massas, Hugo Sousa enfatiza a necessidade “de fazer um report do que é que foi feito no evento e tentar perceber quando aquele patrocínio acabou, onde é que chegamos, a quem é que chegamos e o que é que podemos fazer para melhorar”. “Se criarmos eventos de qualidade, os clientes vão aparecer, os “cliente-atletas” e depois por sua vez as marcas vão atrás, porque as marcas querem estar onde as pessoas estão”.
Na opinião de Nuno Moura Pires, a aposta num departamento de comunicação e marketing é ainda “o bocado que falta às federações” e que pode efetivamente fazer a diferença na maneira como se é visto pelos atletas, pelo público e pelas marcas.
Para a semana espera-nos um novo tema que pretende trazer um alerta para a sociedade, sempre com o desporto no foco. A CDP Entrevista decorre todas as quartas-feiras, às 19h00, em direto no facebook da Confederação do Desporto de Portugal.
Fonte: CDP, 08/10/2020