Caros Amigos
Previsivelmente o século que atravessamos ficará registado na história dos tempos como o Século da Globalização. Os bons e os maus momentos, que tem afetado a humanidade, chegam-nos, na verdade, com uma realidade inigualável. Vivemos assim “paredes meias” com o Tsunami que, em 2004, ceifou, nas margens do oceano Índico dezenas de milhares de vidas; com os efeitos devastadores do furacão Katrina em 2005; ou com o desastre nuclear que, em 2011, atingiu a central de Fukushima, no Japão.
Hoje deparamo-nos com uma realidade que poucos poderiam imaginar neste âmbito da globalidade planetária. Estamos de facto perante algo que, nós humanos, no “pedestal” de espécie dominadora e dona do planeta jamais poderíamos pensar ser possível. Um “simples” vírus veio desorganizar completamente o nosso modo de vida, causando do ponto de vista económico, social e psicológico, ao nível individual e coletivo, um impacto inimaginável, podendo, no limite, contribuir para um declínio civilizacional.
O desporto que, de “braços abertos”, aproveitou a globalização para o seu crescimento sem precedentes nas duas últimas décadas, não poderia ficar imune. Num curtíssimo espaço temporal, foi obrigado a mudar completamente o seu, há muito estabelecido, calendário universal, levando, relutantemente, o Comité Internacional Olímpico a adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio. A Chama continuará lá, mas os atletas não!
Os tempos que se avizinham serão obviamente difíceis. O COVID-19 deixará um rasto de destruição ao nível pessoal e económico ainda não contabilizável. O desporto que, foi durante o último século e meio um dos faróis da civilização, será no geral fortemente abalado. Compete-nos a todos ter ideias e trabalhar para que aquele farol continue a brilhar e evitar que possamos no futuro dizer que houve um desporto antes e um desporto pós COVID-19.
Assim e na sequência da nossa comunicação de 19 de março pp., continuamos a trabalhar diariamente, com a tutela e parceiros, de modo a que, uma vez ultrapassado este período crítico, possamos todos retomar as nossas atividades e prosseguir objetivos. No imediato, o grande foco tem sido no sentido de assegurar o normal financiamento das federações desportivas e acesso aos demais programas de apoio lançados pelo governo (informação que vos partilho num documento anexo a esta mensagem). Iremos assim, de uma maneira proactiva, continuar a estabelecer um diálogo com entidades e individualidades, dentro e fora do desporto, para que seja possível, em conjunto, construir as melhores soluções.
Estarei, eu pessoalmente e a CDP, igualmente disponíveis para, com cada um de vós, auxiliarmos nas adversidades que possam surgir durante este período.
Neste momento, o mais importante é preservarmos a nossa saúde, dos nossos familiares e de todos os membros das nossas organizações. Para tal, é essencial cumprirmos e fazermos cumprir as recomendações da Direção Geral de Saúde e demais autoridades. Esperamos que em breve os desenvolvimentos na investigação e medicina nos permitam retomar as nossas atividades sem risco para os nossos atletas e demais agentes desportivos.
Mantenham-se protegidos e ajudem a proteger os outros. Votos de boa saúde e ânimo forte!
Atentamente,
Carlos Paula Cardoso
Presidente da CDP