CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

fundacaoPromover o acesso a fundos europeus de grandes competições a realizar em Portugal é um dos objectivos que o presidente da Fundação do Desporto, Carlos Marta, tem para o QREN, o quadro comunitário de apoio 2014 -2020.O outro objectivo a atingir através do QREN é a internacionalização dos Centros de Alto Rendimento, CAR, com recurso a campanhas de promoção no estrangeiro.


Estes propósitos foram apresentados por Carlos Marta na tertúlia “Qual o Papel para a Fundação do Desporto?”, organizada pela CDP, e que decorreu no Museu do Desporto.

Carlos Marta relatou o caminho percorrido para reactivar a FD depois de dez anos de paragem. Ponto alto desse percurso foi a aprovação dos novos estatutos que estabelecem que a Fundação do Desporto é uma entidade privada com utilidade pública. “Só aceitei ficar à frente da Fundação se ela fosse privada, pois se fosse pública seria um segundo IPDJ com todas as regras públicas a limitarem a sua atividade”, disse Carlos Marta.

O presidente da FP falou também do trabalho desenvolvido para reanimar a ligação das empresas fundadoras à instituição e da procura de novos apoios empresariais. Relatou a solução encontrada para os CAR, através das comissões de gestão local, com uma forte intervenção dos municípios onde se situam os centros de alto rendimento. Referiu-se, por último, à necessidade de definir, em colaboração com a CDP, COP e Comité Paralímpico de Portugal, os critérios dos apoios a conceder.

Vicente Moura, o outro orador convidado para a tertúlia da CDP, historiou os primórdios da Fundação, na altura do ministro Roberto Carneiro. O ex-presidente do COP recordou o que então se passava em Espanha com a actuação da Associação de Desportos Olímpicos, ADO, que tinha sido criada pelo Comité Olímpico de Espanha, Conselho Superior do Desporto e Radiotelevisão de Espanha. A ADO viria a ser decisiva na obtenção de apoios empresariais paras os atletas espanhóis que participaram nos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992  e que estiveram na base dos bons resultados conseguidos.

Para Vicente de Moura, o caminho a seguir na criação da Fundação deveria ter sido idêntico ao da ADO, mas os governos não quiseram e, apesar de criada, a Fundação do Desporto “foi uma oportunidade perdida”. Houve “ a tendência insuportável dos governos sufocarem o movimento associativo. Se a Fundação tivesse nascido com outro ADN, teria recebido outras receitas.”

O anterior presidente do COP lembrou também a importância que teve para a actuação da ADO a cedência dos anéis olímpicos a esta entidade, o que nunca se passou em Portugal, dificultando a capacidade de atração do mundo empresarial por parte da Fundação do Desporto.

Fonte: CDP, 20.06.2014

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