CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

carlos-cardosoNo rescaldo da conquista do título nacional de futebol pelo SL Benfica a Direção do clube reuniu num jantar oito dezenas de deputados à Assembleia da República.


Acontecimentos semelhantes ocorreram em momentos de celebração de outros clubes desportivos nacionais, nomeadamente o Sporting CP e o FCPorto.

Acredito que um elevado número dos presentes vibre sobretudo com os feitos do futebol dos clubes referenciados, modalidade que é, sem dúvida, o grande motor das agremiações acima referidas mas, em face do reconhecido ecletismo dos clubes existirá certamente também conhecimento do desporto em geral.

Deste modo a presença de um tão elevado número de deputados, em eventos daquela índole, mostra não só interesse pelo fenómeno desportivo mas assegura, também, que qualquer discussão, sobre matéria desportiva, de competição ou não, em sede da Assembleia da República, terá um acompanhamento adequado.

Algo completamente diferente se passa no espaço europeu. O desporto competição representado pelas federações internacionais, comités olímpicos e confederações de desporto pugnaram, durante anos, sem sucesso, pelo reconhecimento do desporto por parte da UE. Esta interferiu, por exemplo, quando estava em jogo questões como liberdade de circulação (caso Bosman) ou no caso da exclusividade das lotarias desportivas, mas apoiar o desporto não.

Foi preciso esperar pelo Tratado de Lisboa (2009) para que o reconhecimento chegasse e esperar por 2014 para o primeiro orçamento da UE para o desporto. O desporto europeu que rejubilara em 2009 desiludiu-se, agora, quando foram apresentadas as áreas para as quais as verbas da UE se destinam, ao constatar que o desporto competição, a qualquer nível, por ser profissional (???) não pode ser contemplado.

Lamentavelmente os deputados representantes dos 29 países no Parlamento Europeu tem mostrado falta de conhecimentos e sensibilidade para com o problema.

Fonte: A Bola/CDP, 30/04/2014