CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

carlos-cardosoFoi um verdadeiro baque no coração do olimpismo!
Estávamos em 1979. Peter Ueberroth líder do consórcio a quem o mayor de Los Angeles, Tom Bradley, entregara a organização dos Jogos de 1984, anunciara a venda dos direitos televisivos pela astronómica quantia de 258 milhões de dólares aos quais se somariam 130 milhões de “merchandising”.


O Comité Olímpico Internacional sem candidatos e dinheiro cedera, contrariado, que os Jogos não fossem genuinamente organizados por uma cidade. Mas quase quatrocentos milhões de dólares era algo inimaginável!

Bom, há coisas que, por muito que custem, se aprendem depressa e nisso o CIO foi bom aluno. Esqueceu que punira diversos atletas desde o multi medalhado Paavo Nurmi a Guy Drut por laivos de profissionalismo e para os Jogos de Seul 1988 lança-se, em parceria com a ISL, pelos mesmos caminhos!

Passaram três décadas.
Para o quadriénio 2013-2016 a venda dos direitos televisivos ultrapassa já os três mil e cem milhões de euros, um crescimento de dez por cento em relação ao quadriénio que terminou nos Jogos de Londres, mais novecentos milhões em “merchandising”.

Muitos milhões fundamentais para a politica do CIO e também para a sobrevivência de muitos comités olímpicos nacionais e mesmo federações internacionais. Mas muitos milhões de euros que só serão reprodutivos se os espetáculos estiverem acessiveis a muitos milhares de milhões de espetadores.

Marius Vizzer presidente do SportAccord prometeu para 2017 os denominados “United World Championships” englobando todas as modalidades desportivas.  Jacques Rogge enquanto presidente do CIO foi um acérrimo oponente pela previsivel concorrência.

Thomas Bach, diz e estou de acordo, que os Jogos Olímpicos, apesar de precisarem de uma abertura a mais modalidades, são únicos.

Mas só continuarão a ser únicos se puderem ser universalmente vistos. Não perceber isto é prestar um mau serviço ao olimpismo!  

Fonte: A Bola/Carlos Cardoso 06/11/2013