CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

carlos-cardosoOs tempos em que o desporto era uma atividade exclusivamente de “cavalheiros” talvez nunca tenham existido mas, durante os primórdios do século XX, os princíos éticos enquadravam-se no objetivo dos desportistas.

Aliás Coubertin na refundação do olimpismo ao rodear-se, no seu Comité Olímpico” de “cabeças” coroadas ou que eram nos seus ambientes aceites, era porque acreditava que a prevalência dos princípios cavalheirescos pudessem preservar a pureza do movimento.

De facto desporto sem ética não é desporto e esta máxima permitiu o aparecimento e crescimento equilibrado da generalidade das modalidades desportivas.

Continuo a nela acreditar mas tenho de reconhecer que hoje não poderemos mais ser apenas espetadores mas temos o dever de intervir.

Os problemas da dopagem que, sobretudo desde os anos oitenta ensombraram eventos e mesmo modalidades, tem sido o principal palco de combate contra aqueles que preferem a batota ao treino. As questões da combinação de resultados “Match Fixing” que começa atingir a generalidade das modalidades desportivas, é algo que se não for rapidamente travada coloca as modalidades em risco de passarem a ser comandadas por centros internacionais de apostas!

Mas também me choca deveras frases como estas: “tive de lhe dar, era única maneira de o travar!” ou “não entendo como é que nenhum dos meus jogadores o derrubou durante a sucessão de fintas a caminho do golo!”

É por tudo isto que as questões relacionadas com a ética desportiva devem merecer a nossa atenção.

Portugal, através do Prof. Carlos Gonçalves, deteve durante anos a presidência do “European Fair Play Movement”  e este foi agora, pelo seu trabalho, muito justamente galardoado, numa cerimónia que decorreu na sede da UNESCO, em Paris, com o Trofeu Mundial do Fair Play “Willi Daume”.

Falou-se pouco do tema mas no combate, em prol da ética, as acções é que contam! 

Fonte: A Bola/Carlos Cardoso, 16/10/2013