CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Sergei Tiviakov é a mais recente contratação da Academia de Xadrez de Gaia, que vai ter o campeão da Europa a disputar, com as suas cores, o Campeonato Nacional, em Agosto, além de vários torneios que se encaixem na agenda do xadrezista de origem russa e naturalizado holandês.

Tiviakov esteve ontem no Colégio de Gaia, onde o xadrez é ensinado entre o 5.º e o 9.º ano como parte do currículo escolar, e esta parte da visita-relâmpago a Portugal não foi, de todo, o detalhe menor. Antes pelo contrário.

"É muito importante começar cedo no xadrez, a escola é o local ideal para começar, e desenvolver o gosto nestas idades é crucial para o futuro da modalidade e muito importante para a formação das crianças e jovens", disse a O JOGO, ele que começou com cinco anos (os pais, arquitectos, eram amantes do xadrez) e aos 16 já era campeão do Mundo na sua categoria.

Para o grande mestre, que aos 16 anos derrotou o actual campeão do Mundo, Viswanathan Anand, há três requisitos básicos para se ser profissional do xadrez: "Amar o jogo, trabalhar muito e ter talento." A ordem, diz, é arbitrária, "mas, se um falha, não se chega lá", garante.

No Mundo actual, frisa Tiviakov, o xadrez até beneficia bastante com a chamada sociedade de informação. "Estudar o que já foi feito e o jogo dos outros é boa parte do trabalho de um profissional. Actualmente existe uma base de dados com 80 milhões de partidas de xadrez e a cada semana são descarregados para a rede mais cinco mil partidas", comenta.

Como esta dedicação ao estudo é a parte de leão do profissionalismo, Tiviakov não hesita em dizer que dificilmente Karpov, Kasparov, Spasski ou outros grandes campeões do Mundo poderiam vingar nos dias que correm. "Com o jogo que tinham então, não. Mas o mais certo é que eles fossem ainda melhores, atendendo à quantidade de informação a que também teriam acesso."

Aula prática no bar
Doze alunos dos 250 que frequentam aulas de xadrez no Colégio de Gaia defrontaram ontem o grande mestre Tiviakov e deram a réplica possível, cumprindo brilhantemente a lição número 1: aprender, estudar e, quem sabe, um dia gostar.

Um a um, os "desafiantes" foram caindo, e o último a tombar, depois de entrar como suplente, foi Bruno Figueiredo, docente de Físico-Química na Escola Profissional de Gaia e das aulas de xadrez no colégio.

O mais novo participante do espectáculo que animou o bar do colégio, repleto de curiosos, foi André Mateus, 11 anos, que sonha ser campeão nacional e até há-de ter condições para tanto, "quando conseguir dominar a pressão", segundo explicou o "profe".

Fonte: O Jogo 25/11/2008

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