CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
O Governo e as autarquias vão elaborar uma carta nacional das instalações desportivas que disponibilizará informação sobre a distribuição geográfica dessas infra-estruturas, no âmbito de um protocolo de cooperação ontem celebrado em Viseu.

O protocolo foi assinado pelos presidentes do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luís Sardinha e Fernando Ruas, respectivamente, e homologado pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias.

A carta será um instrumento prospectivo em que será feito um diagnóstico das necessidades, estabelecidas as estratégias e as prioridades e os critérios de desenvolvimento sustentado da oferta destas infra-estruturas.

Laurentino Dias explicou durante a cerimónia que é preciso que "todos os portugueses tenham acesso a algo que lhes mostre onde há piscinas, campos, pistas, zonas de prática desportiva de lazer e de prática desportiva de alto rendimento".

Esclareceu que nesse documento não constarão apenas os equipamentos do Estado e das autarquias, mas também "piscinas, campos de ténis, campos de golfe, locais para prática de hipismo e tantos outros que pertencem a privados" e que também serão recenseados.

"Mas é absolutamente evidente que a esmagadora maioria das instalações desportivas do país são municipais", acrescentou o secretário de Estado, frisando que os municípios, além de terem sabido construir, também "souberam muitos deles organizar a sua carta desportiva concelhia".

Assim, e de acordo com Laurentino Dias, "os municípios andaram à frente" nesta matéria: "A carta nacional é uma obrigação do Estado, que a quer desenvolver a par das autarquias, trabalhando em conjunto, integrando tudo quando as autarquias até hoje (ontem) já fizeram e permitindo que os actuais e os futuros autarcas tenham instrumentos de comparação".

Laurentino Dias assumiu que, "ao longo de todos estes anos", o Estado "abandonou o seu próprio património desportivo", dando como exemplos o Jamor e o complexo desportivo de Lamego, no Norte do distrito de Viseu.

"O Estado abandonou as suas próprias instalações. Se as autarquias copiassem o exemplo do Estado naquilo que respeita a instalações desportivas estava tudo hoje (ontem) a cair. esta é que é a verdade", sublinhou.

O secretário de Estado contou que "o desporto teve que suar muito para ter acolhimento" no Quadro de Referência Estratégico Nacional e que, mesmo assim, o que conseguiu "não satisfez totalmente".

Na sua opinião, tal ficou a dever-se ao facto de Portugal trabalhar "desde sempre sem ter uma carta nacional de instalações desportivas que guie os investimentos, que aponte necessidades, que defina prioridades e que envolva com isso o Estado e as autarquias".

O presidente da ANMP, Fernando Ruas, realçou a importância deste documento e lembrou que "os municípios são, de forma indesmentível, a instância verdadeiramente democratizadora do investimento público no país, já que só o poder local alcança de facto a cobertura de Portugal inteiro, da grande cidade até à mais pequena aldeia".

"Contudo, não desconhecemos, antes valorizamos, a premência indispensável do planeamento, de forma a evitarem-se erros de sobreposição ou de escala, de que os estádios do Europeu, que tão grandes encargos trouxeram para determinados municípios são, na nossa perspectiva, um exemplo acabado", acrescentou.

Fonte: O Jogo 03/03/2009

We use cookies on our website. Some of them are essential for the operation of the site, while others help us to improve this site and the user experience (tracking cookies). You can decide for yourself whether you want to allow cookies or not. Please note that if you reject them, you may not be able to use all the functionalities of the site.